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#154 | O poder da nostalgia
#155 | Marcas no metaverso
Tempo de leitura: 5 minutos
Hoje tem Netfix, tem Superbowl, tem Juliette e NFTs e Kwai e metaverso e cultura-pop-anos-2000 e Casimiro. Podia ser sua timeline do Twitter, mas é a sua Bits to Brands. Bom almoço e boa leitura! :)
- Beatriz
A proliferação de perfis no Instagram e cursos online pode passar a impressão de que branding é algo recente ou ~tendência, mas a bibliografia não nos deixa mentir: é uma disciplina de décadas.
O maior autor e grande referência no assunto, David Aaker, tem 84 anos de idade e publicou seu primeiro livro em 1991.
Um dos desafios mais interessantes do branding é justamente esse: acompanhar os exemplos e tendências recentes, sem perder de vista a metodologia e teoria originais.
Na edição de hoje, temos um desses exemplos.
O assunto é branding sensorial e aqui mais especificamente o sound branding, que é o uso estratégico do som para criar conexão emocional com uma marca. Segundo Martin Lindstrom, no livro Brand Sense:
“Branding tem tudo a ver com estabelecer ligações emocionais entre a marca e o consumidor. Como em qualquer relacionamento, as emoções são baseadas em dados que colhemos com os cinco sentidos. (…) Assim como o cheiro se conecta à memória, o som se conecta ao ânimo. O som na verdade cria o ânimo, assim como sentimentos e emoções. (…). A forma como uma marca soa jamais deveria ser subestimada.”
Quase 20 anos depois, essa afirmação permanece verdadeira. O que devemos atualizar são os exemplos.
No livro, escrito em 2005, a grande referência em branding sonoro é a Intel. O autor destacou a marca como “a empresa com uso de som mais claro, mais característico, consistente e memorável”.
O que foi verdade durante muito tempo - quem teve PCs com processador Intel consegue lembrar do som ao ligar o computador. Mas hoje, o topo do pódio quando o assunto é uma marca com som mais característico, consistente e memorável pertence à Netflix.
Primeiramente, pela consistência ao soar o “Tudum” junto ao logo sempre que entramos no aplicativo, mas também em todos os trailers e todas as campanhas de comunicação.
Segundo, pelas derivações criativas desse asset, como transformá-lo em funk (e coreografia) quando a marca chegou ao TikTok, e também numa plataforma para os fãs, que virou evento, almanaque impresso e um blog cheio de curiosidades.
E terceiro, por assumi-lo não só como a identificação de um produto, mas como o último som que você ouve antes de uma grande história começar:
A Netflix já vinha trilhando o seu caminho pelo branding sensorial com muita criatividade, mas essa campanha da Netflix Itália é, para mim, o novo grande exemplo dessa estratégia.
Uma estratégia antiga, mas que volta a ganhar relevância e merecia uma referência contemporânea, moderna e multicanal.
Só uma marca com muita conexão emocional para resumir um roteiro inteiro, e também inúmeras memórias e o grande valor na sua experiência, em uma só palavra:
Tudum.
⭐ Momento de Inspiração
Enquanto muitas marcas só querem saber de metaverso, o Salesforce chamou o Matthew McConaughey para focar na Terra. Para uma empresa feita para facilitar relações B2B, tem muito a ser feito pelas relações no mundo real. O vídeo, feito para o Superbowl, é de fato um manifesto para todos aqueles que são #TeamEarth.
Outros destaques do Superbowl para inspiração:
Coinbase e o simples porém muito eficaz QR-Code na tela, em meio à super produções e celebridades mil.
Uber Eats e o jeito cheio de trocadilhos de mostrar que nem tudo que o Uber Eats entrega é pra comer.
⌛ #tbt
Celebridades embaixadoras
Essa semana a Mondial apresentou Juliette como “nova Head de Inovação”. O que pareceu mais um movimento para usar a imagem da ex-BBB de um jeito diferente de tantas marcas que a tem como embaixadora, do que algo com relevância real para o negócio ou para os clientes.
Quando a Anitta assumiu uma posição no board do Nubank, exploramos essa tendência:
Troca de abas
Ainda sobre o Superbowl:
Esse apanhado da AdWeek que tem todos os anúncios reunidos, pra quem não quer perder nada;
Essa análise do Rohit Bhargava do ponto de vista de estratégia de marketing
NFTs e futebol. Muito bom esse relato sobre as diferentes iniciativas que o Atlético Mineiro testou nos últimos tempos, para engajar torcedores no mercado dos “bens virtuais”. Zero glamourização e muitas referências.
24h no Metaverso. A jornalista Joanna Stern pegou seus Oculus VR, um ambiente tranquilo, e fez todas as suas atividades do dia no metaverso como ele é hoje. Um choque de realidade bem-vindo pra quem acha que abrir loja virual é ~urgente.
Puro suco de Brasil. É isso que o aplicativo Kwai, o concorrente do TikTok, quer representar. Ele já tem mais de 45 milhões de usuários por aqui, 40% destes com mais de 30 anos. O que é causa e consequência do humor “A Praça é Nossa” que rola por lá, segundo reportagem da Folha.
O pop dos anos 2000 ainda vive. Esse artigo explica por quê tantas referências de cultura pop da nossa época ainda se fazem presentes. O Halftime do Superbowl, inclusive, foi direto para essa lista. A gente ficou muito feliz e se sentiu muito velho tudo ao mesmo tempo:
👩🏻💻 Dica da Bia
Uma aula sobre influência
Se no início desse ano eu estava me perguntando “quem é Casimiro?”, depois de semanas assistindo BBB e até o documentário do Neymar com ele, já me considero ~Casimirer.
Esse vídeo dele lendo em voz alta uma matéria sobre o seu sucesso (para a qual ele não deu entrevista simplesmente porque não quis), e refletindo com seus milhares de seguidores sobre por que ele faz o que faz, o que passa longe da busca pela fama, é muito fascinante.
Tanto influenciador que não tem a metade do carisma e da comunidade que ele tem se achando celebridade por onde passa…
Vale muito a pena assistir.
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
📚 se você está em busca da próxima leitura, confira a Biblioteca Bits to Brands, com indicações de livros em desenvolvimento pessoal, ficção, marketing e tecnologia.