nas edições anteriores
#244 | Cronicamente online
#245 | Uma biblioteca de branding
tempo de leitura: 6 minutos
para entender
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O ano era 1985. O briefing pedia uma ação promocional para uma marca de cerveja que queria atingir o público jovem. A ideia foi um grande evento de música que reunisse as pessoas em uma celebração de liberdade, paz e democracia.
“A ideia viera inteira: um megaconcerto que pararia o Brasil. Só que o projeto não era tão simples. Nunca havia sido realizado nada igual aqui. Ou no mundo.”1
Vencendo todos os obstáculos de reunir mais de um milhão de pessoas e alguns dos maiores artistas do mundo, a primeira edição do Rock in Rio proporcionou momentos históricos.
Como essa versão de Love of My Life, do Queen, cujo registro é tão icônico também porque este foi o primeiro festival de música a iluminar a plateia, tornando-a parte do espetáculo.
Ou Cazuza cantando “Pro Dia Nascer Feliz” no mesmo dia em que aconteceram as primeiras eleições pós-Diretas Já.
Essa não é a história de uma marca que começou pequena e foi conquistando seu espaço aos poucos. O Rock in Rio é imenso para o entretenimento e a cultura desde que surgiu.
De lá para cá, foram 23 edições, mais de 4 mil artistas, quase 12 milhões de pessoas na plateia e décadas de história.
Há 40 anos, essa marca brasileira se atualiza, se reinventa, se relaciona com outras marcas, cria experiências memoráveis e carrega o seu propósito.
Tudo isso enquanto se adapta ao contexto para seguir relevante e memorável, no equilíbrio da expectativa das novas gerações e da nostalgia das anteriores.
Mas como?
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1 A expansão do formato
Em uma estratégia que se consolida a cada ano, o Rock in Rio se tornou muito mais do que um festival de música. O evento virou conteúdo para transmissão em diversos canais e espaço para algumas das maiores ativações do mundo.
O seu nome passou a representar uma plataforma de comunicação que se expande em públicos, formatos e parcerias.
É um grande palco para os principais nomes da música - e também para marcas e criadores de conteúdo, que usam a criatividade para se relacionar com as pessoas e reforçar seu posicionamento.
Para um festival que nasceu com briefing, nada mais fiel às suas raízes do que confirmar mais de 60 marcas parceiras para a próxima edição.
Em parcerias que não se restringem à Cidade do Rock.
2 A força do símbolo
Associar-se ao Rock in Rio é encontrar as pessoas num contexto de entretenimento e lembranças. E pegar emprestado atributos como inovação, entusiasmo e a paixão pela música.
“Há que se valorizar um símbolo que traz consigo anos de música, momentos épicos e histórias inesquecíveis vividas por milhões de jovens de todo o mundo”. 2
Um símbolo que muitas marcas colocam nos seus produtos, na busca por capturar um pouco desse valor. Em troca, fazem com que o Rock in Rio esteja presente em diferentes contextos, para muito além dos eventos a cada dois anos.
Na edição de 2024, serão mais de 300 produtos licenciados.
Nas últimas décadas, foram mais de 3 mil. Já teve Rock in Rio com Trident, Club Social, Doritos, Heineken, KitKat, perfume da Natura, carros da Volkswagen, tênis da Reserva, camisetas da Colcci, escovas de dente da Colgate, Engov After e até coleira para cachorro e frigideira.
(Pode parecer inusitado, mas em 2015 um dos produtos à venda era a lama do festival de 1985. Por 185 reais).
3 A consistência e a flexibilidade
Para sobreviver ao tempo, uma marca precisa encontrar aquilo que é essencial e reconhecível sobre si mesma e reforçar isso.
Sem perder a capacidade de surpreender e se adaptar - aos novos formatos e canais, e aos novos tempos.
Há 40 anos, o Rock in Rio nasceu para falar com o público jovem. E assim segue, buscando a cada edição um line-up que vai do topo das charts à nostalgia.
Há 40 anos, a marca se comprometeu com “um mundo melhor”. O que começou com esperança e democracia, e hoje é sobre promover impacto positivo por onde passa. De ações de sustentabilidade a desenvolvimento social e cultura.
Há 40 anos, o festival se renova e ganha outros espaços no mundo, enquanto mantém firmes suas raízes no Rio de Janeiro e carrega o Brasil como símbolo.
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O Rock in Rio é uma marca que ilustra muitas das tendências mais atuais, ao mesmo tempo em que é parte da história do país e da estratégia de outras marcas.
Essa combinação expande o seu significado e transforma todo tipo de produto em lembrança.
Num ritual que acontece a cada dois anos, há expectativa e novidade, ao mesmo tempo em que a gente sabe o que vai encontrar: muita música, uma estrutura imensa, diversas ativações e milhares de pessoas com quem compartilhar a experiência.
Pessoas que carregam consigo as memórias de um festival e de uma fase da vida - a juventude dos anos 80 ao som de Cazuza, ou a adolescência anos 2000 marcada pelo top 10 do Disk MTV.
Seja qual for a época, a edição ou o dia, o que todas têm em comum são os seus registros de “eu estava lá”.
Que, ao serem compartilhados, inspiram os futuros “eu vou”.
E garantem a longevidade dessa marca.
parceria paga com Rock in Rio Academy
Uma das maiores marcas do Brasil certamente tem muito a ensinar.
E faz isso na sua casa, abrindo os seus bastidores e dividindo toda a sua experiência num método de aprendizagem exclusivo, o live case study, desenvolvido em parceria com a Provoke Edutainment Club e a HSM.
O Rock in Rio Academy é uma formação executiva em gestão, comunicação e eventos - com conteúdo online, imersão presencial na Cidade do Rock e encontros da comunidade.
Nela, teremos acesso às estratégias que fazem a marca se manter relevante, aos profissionais que fazem isso acontecer (em tempo real, ali enquanto ele acontece!) e também aos bastidores do festival.
A imersão acontece no dia 17/09, e o ingresso dá direito também a um dia de festival no segundo fim de semana.
Eu já estou contando os dias, e você pode garantir o seu aqui :)
para inspirar
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Se você ainda não assistiu, assista. Aperte o play antes de seguir lendo. Spoilers atrapalham a experiência da campanha da Nike para as Olimpíadas - propositalmente controversa.
É o tipo de publicidade que encontra uma tensão real, e a executa de forma impecável. Atletas não são figuras perfeitas, imaculadas, heroicas. São humanas. E levam consigo uma série de defeitos para superar os ambientes mais competitivos do mundo. Isso faz deles pessoas ruins?
para fazer parte da conversa
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Uma curadoria olímpica
A cada quatro anos, a gente tem a chance de se tornar especialistas-por-um-dia em uma série de modalidades esportivas, enquanto torce irracionalmente pelos brasileiros na disputa e compartilha muitos memes pelo caminho. É impossível não se deixar contagiar pelas Olimpíadas.
Para abrir os trabalhos:
Uma conversa sobre patrocínios e o papel das marcas no esporte - nessas ocasiões e além [link]
Um calendário pronto para importar para a sua agenda no Google, com a participação do Brasil em todas as modalidades [link]
A melhor análise sobre o uniforme da delegação brasileira, em meio à ótima cobertura do Caio Braz [link]
Para relembrar: a nossa edição 135 refletia sobre os Influenciadores Olímpicos [link]
O Comitê Olímpico Brasileiro se juntou à Meta para desenvolver um chatbot especial para este período direto no Whatsapp - com agenda, quiz, quadro de medalhas, notícias e figurinhas [link]
para ler com calma
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Modelos de atribuição - e qual o papel do branding [link]
Um artigo para trazer base teórica para uma discussão cada vez mais recorrente: como medir o impacto da construção de marca nas estratégias. Spoiler: com objetivo claro, e sem fórmula mágica.
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VA, VR e plano de saúde para pet [link]
Quando mais da metade do seu quadro de colaboradores tem um pet em casa, as empresas têm incorporado os cuidados com animais à sua lista de benefícios. Ou pelo menos, as CLT premium.
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Como construir o seu repertório [link]
Ótimas dicas para fazer sua própria curadoria de conteúdo.
“Só podemos criar algo do nada, porque temos o nosso próprio sistema que captura referências pela vida (mesmo que apenas na nossa mente). Quando esses fragmentos se juntam e buscamos as conexões inesperadas entre eles, isso gera ideias verdadeiramente originais”
para quem a gente é fora do trabalho :)
👩🏻💻
Tamara Klink é a primeira mulher a completar o período de invernagem sozinha no Ártico. O que significa que ela foi de barco até a Groenlândia, e de lá navegou entre os icebergs até que tudo congelou. E aí permaneceu no meio do gelo, por meses.
Seus pensamentos sobre natureza, vida, mentalidade, silêncio, ciclos e feminilidade, na volta dessa jornada, são simplesmente fascinantes.
Ela compartilhou nessa entrevista aqui:
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para dar um tchau
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A edição de hoje foi escrita com a participação especial da Beatriz de 2014.
Tomada pelo fascínio pelo universo das marcas, do entretenimento e por esse festival que tinha “retornado” em 2011, ela produziu 100 páginas de uma análise de branding sobre o Rock in Rio em forma de TCC.
Alguns trechos e descobertas, além do interesse inesgotável pelo assunto que nos traz até aqui, estão aqui hoje. 245 edições e dez anos depois…
Obrigada pela companhia. :)
- Bia
Trecho do livro “Rock in Rio - A história do maior festival de música do mundo”, de Luiz Felipe Carneiro [link]
Quote de um artigo no blog da Estúdio Ícone, agência que fez a revitalização da marca, publicado em 2010. Foi acessado em 2014, mas hoje o link está fora do ar.
Falando de Nike, as ações deles estão caindo há um bom tempo. Vi um artigo no LinkedIn que destrincha alguns fatores que estão influenciando esse comportamento, sendo um deles a mudança nas campanhas de branding. Dá uma olhada https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:7223772143484825602/
adorei o formato da sua biblioteca!