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#215 | A economia da newsletter
#216 | Lives WTF, digo, NPC
Tempo de leitura: 5 minutos
Na edição de hoje, dá para me ler texto, me ouvir como um mini-podcast e aprender comigo na última Masterclass de Newsletter. Além de aproveitar uma curadoria de inspirações (e de absurdos) enquanto toma o seu café :)
- Beatriz
(para falar comigo, anunciar na Bits ou contratar uma palestra, responda esse e-mail ou escreva para beatriz@bitstobrands.com)
Você pode dar play aqui e ouvir esta edição, ou seguir adiante e ler o texto.
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Na semana passada, falamos das tais “lives NPC”. A constatação que abriu o texto foi:
Assim como o Twitter confundiu o conceito de “notícia”, depois do TikTok nós perdemos o significado real de “tendência”.
De lá para cá, a curadoria constante que traz os assuntos para a sua caixa de entrada se deparou com algumas pautas:
Felca, um dos principais creators da “trend” NPC, fez um vídeo sobre como ele sabia que era tudo muito bizarro desde o início. “Não confunda números com conteúdo”, disse a pessoa que faturou mais de 30 mil reais em uma semana.
O The Guardian publicou um artigo questionando se “namoradas de IA estão gerando expectativas pouco saudáveis em relacionamentos” (a gente falou disso na edição 204).
O MIT Techonology Review está decifrando os tais “influenciadores deepfake” - robôs que imitam pessoas e passam madrugadas em live shopping, vendendo milhões em produtos.
A Netflix colocou uma camisinha gigante no Obelisco, em Buenos Aires, para divulgar a sua série Sex Education. Ou quase. Porque era uma animação em CGI - ela só existiu virtualmente.
Isso posto, é preciso fazer uma correção na frase que abriu a edição passada.
A gente não só perdeu de vista o significado do que é tendência e do que é notícia - a gente também perdeu a noção do absurdo.
ABSURDO, adjetivo.
que é destituído de sentido, de racionalidade.
que não se enquadra em regras e condições estabelecidas.
Quer mais destituída de racionalidade do que uma seção inteira de um artigo intitulada “uma alternativa barata para streamers humanos”?
Ou um outro questionando “será que nós esperamos que usuários tratem a intimidade artificial assim como a real: como algo que pode partir seu coração”?
Qual o sentido de uma plataforma publicitária que cria cenas surreais, próximas da realidade o suficiente apenas para confundir as pessoas nas redes sociais?
As tecnologias que permitem a quebra total das regras e condições estabelecidas já estão entre nós, e já são parte de estratégias de marketing e vendas pelo mundo.
A linha entre o real e o artificial está cada vez mais distante, a ponto de quase não importar mais.
Se era uma ativação real ou virtual? Não importa, desde que a marca esteja nos trending topics.
Se é uma pessoa ou um robô? Não importa, desde que esteja vendendo milhões de dólares sem cobrar adicional pela madrugada.
Usar a imagem e a voz de uma pessoa que já se foi para promover a sua marca, pode ou não pode? Seja como for, a campanha foi vista e comentada por milhares de pessoas.
Essa é a normalização do absurdo.
É a disseminação de tecnologias que desafiam a lógica, tornando reais e cotidianas todo tipo de situações surreais.
De pessoas agindo como personagens de jogos a bolsas gigantes circulando pela cidade.
É o caminho sem volta no qual embarcamos como sociedade (e publicidade).
Ele é necessariamente ruim? Não.
Até pouco tempo atrás seria totalmente irracional ter artigos inteiros resumidos em segundos por uma inteligência artificial, ou ter carros que dirigem por aí sem motorista.
O absurdo não é bom, nem é ruim, ele agora é normal.
O absurdo engaja. O absurdo vende.
E é isso que faz dele uma tendência que cada vez mais marcas estão adotando.
⭐ Momento de Inspiração
Simples. O insight, a execução, o roteiro. Mas comunicou exatamente a mensagem da marca, e ainda emocionou como brinde. A gente não resiste a gente de verdade. Destaque para a edição que fez questão de manter as pausas - fizeram toda diferença.
Troca de abas
Ah, o fim. Entre a Luisa e o Chico e a Sandy e o Lucas, essa foi a pauta dos últimos dias. O que é o fim, se não a maior tendência de todas? [link]
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Duas novidades do Spotify:
_Hiper-personalização: uma playlist gerada automaticamente, baseada não só no que você costuma ouvir, mas quando e em que horários. [link]
_Tradução em tempo real: através de IA, em breve a gente vai poder ouvir qualquer podcast em qualquer idioma, na voz do locutor original. O primeiro piloto disso acaba de ser lançado. [link]
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Quem realmente está ganhando dinheiro com o boom da “IA”. Não é a OpenAI, nem o Google. É uma ilha no caribe chamada Anguilla. Seríssimo: 30 milhões de dólares. E o motivo tem a ver com branding. [link]
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Ansiedade climática. Uma tendência que não é de hoje, mas não parece ir a lugar nenhum, a julgar pela onda de calor que virou assunto (e meme). [link]
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A primeira campanha da Meta no Brasil. Ao invés de comunicar um ou outro aplicativo, a ideia é mostrar que o conjunto de serviços “tá na sua mão”. [link]
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Para aprofundar no assunto de hoje. O que é FOOH, a última tendência em mídia no mundo. [link] E uma agência especializada nesse tipo de ativação, com vários exemplos na timeline para conferir. [link]
💌 newsletter club
Queria aproveitar esse espaço pra te contar que chegamos à marca de 36 mil assinantes. E que você pode aprender tudo sobre newsletter comigo.
Mas não quero prometer que você vai chegar a 36 mil assinantes, nem te vender "a fórmula do sucesso que me fez ir do zero aos 36 mil".
Porque ela não existe.
Chegar aos 36 mil foi um processo de mais de cinco anos, mais de 200 edições, um misto de decisões estratégicas e interesse genuíno e o privilégio de ter a atenção de uma comunidade engajada e generosa.
Mas eu cresci, evoluí, aprendi e testei muitas coisas diferentes. E quero compartilhar esses aprendizados com quem quer criar a sua newsletter, ou escalar a sua newsletter, ou usar a newsletter da sua marca de forma cada vez mais estratégica.
Quero te ajudar a chegar onde você quer chegar com a sua news, porque acredito numa internet com menos FOMO, em relações sem influência de algoritmo e em conteúdo de qualidade ganhando cada vez mais alcance.
Se você também acredita, e se você quer fazer parte disso,
Vai ser a última vez que eu vou compartilhar esse conteúdo assim tão completo, e espero que seja com você :)
Começa no próximo dia 4. É a última chance de garantir a sua vaga, aqui pelo link:
(mande um e-mail para suporte@bitstobrands.com para parcelar em mais de 6x ou para condições especiais para grupos e empresas)
👩🏻💻 Dica da Bia
Imagina só…
Se a Rolex tivesse um resort? Se a Audi fizesse eletrodomésticos? Se o Starbucks vendesse velas?
Esse perfil usa o Midjourney e ótimos briefings para materializar possíveis extensões de marca. Várias delas a gente estaria pronto pra comprar caso existissem.
Conheça o Brand What Ifs.
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo, escritora de e-mails e TEDx Speaker.
📚 se você está em busca da próxima leitura, confira a Biblioteca Bits to Brands, com indicações de livros em desenvolvimento pessoal, ficção, marketing e tecnologia.
Acho que essa foi uma das melhores edições! Adorei os links recomendados, assuntos fresquinhos em ótimas referências
Como maníaca das velas e meus cheiros favoritos sempre envolverem algo relacionado a café, seria o meu SONHO a Starbucks começar a vender velas. Excelente edição, como sempre!