Bits to Brands #131 | Orgulho (ou surto?) cringe
O que o conflito da última semana representa para as marcas
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#130 | Três anos em três frases
Tempo de leitura: 6 minutos
Tudo começou com esse tweet, na última quinta-feira:
Faz uma semana que estamos vivendo um surto coletivo, conforme o termo “cringe” foi viralizando e atingindo cada vez mais camadas da internet. Do Twitter pro Instagram, pro TikTok, pro Buzzfeed, pros perfis de fofoca, pros grandes portais e até pro Whatsapp. A cada dia mais alguém descobre o meme e, se tem mais de 25 anos, fica indignado com o que os jovens consideram “um mico nos millennials”.
Isso porque muita coisa foi dita cringe: sentir saudades da locadora, falar de boletos, Friends, calça skinny, hashtags, Facebook, sapatilhas, Harry Potter, esse emoji aqui: 😂, usar “fds” como fim de semana, obsessão por café (até tomar café da manhã apareceu na lista). Nem Esse Menino escapou.
Mas não estamos aqui pra falar sobre o que é cringe, pois:
E nem estamos aqui para polemizar. Porque esse debate já rendeu muito, e quanto mais a gente fala sobre isso mais os adolescentes devem estar nos achando chatos. É oficialmente cringe falar cringe.
O que eu acho que vale destacar depois de tudo que foi dito, analisado e ironizado, é o quão potencialmente explosivo é o encontro das gerações nas redes sociais. Ele rendeu infinitas pautas e conteúdos, e não estranhem camisetas com a palavra “cringe” estampada em lojas de departamento logo mais.
Porque os millennials não estão nada dispostos a abrir mão das suas memórias afetivas, do seu orgulho por boletos pagos e do seu espaço nas redes sociais para exaltá-los o quanto quiserem.
Mas esse espaço agora é compartilhado. Por mais que a Gen Z tenha seus próprios espaços, pautas e até um vocabulário que a gente não entende, há muitos lugares e marcas em que ela esbarra com a Y. Pense em Twitter, TikTok, Netflix, Spotify, Apple, Amazon, Nike.
O que a última semana mostrou é que essa convivência nem sempre será pacífica. E que as imagens, linguagem e referências que funcionam para uma, não necessariamente funcionam para a outra. E, para complicar mais ainda, que cada vez mais as marcas deverão navegar entre as duas.
Porque a Gen Z consome, opina, incomoda e não vai deixar de se fazer presente. Enquanto os millennials não querem abrir mão da sua identidade e do seu protagonismo.
Por isso, mais do que vestir a camisa do orgulho cringe, pense em como a sua marca, o seu produto ou a sua estratégia de conteúdo vão conviver com esses dois universos - em como eles podem conviver melhor entre si.
E depois de fazer o teste no Buzzfeed para descobrir o quão cringe você é, prepare-se para uma realidade em que, no debate entre Gen Z e millennials, é provável que você vá precisar de ambos do seu lado.
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Momento de Inspiração
Esse vídeo foi um lembrete bem-vindo do trabalho por trás dos objetos no nosso cotidiano, que geralmente passa despercebido. São 5 minutos quase relaxantes, de um relógio sendo reconstruído pecinha a pecinha. Recomendo esse descanso para a mente, e a apreciação de um trabalho artesanal e cuidadoso.
Caixa de Perguntas
Um espaço pra opinar mais livremente, falar mais da minha experiência, o que tem por trás da Bits e, claro, como eu posso ajudar por aí. Deixe aqui neste link sua pergunta sobre construção de marca, uma tendência recente, sobre newsletter ou estratégia de conteúdo, que toda semana uma delas será respondida :)
Gostaria de saber como podemos sair mais fora da caixa e também seguir mais as boas práticas de qualquer trabalho que desenvolvemos no marketing. Exemplo: sei que uma arte precisa ser chamativa, para ser clicada e a landing page tem que ser bonita para aumentar a taxa de conversão. Porém como desenvolver isso com mais facilidade na prática?
Referências. Essa semana mesmo pude relembrar momentos na minha carreira em que escolhi dentre uma lista de opções um logo e uma tagline. Claro que existe uma estratégia por trás e você tem que saber o objetivo que está buscando, mas tem um quê de instinto que não pode ser ignorado. Aquela sensação de olhar e saber que “é isso!”, sabe?
E essa segurança, na minha visão, vem com muito repertório. Estar sempre de olho no mercado à sua volta, no que existe no Brasil, no que vem de fora, em segmentos completamente diferentes. Estar sempre consumindo todo tipo de estratégia de marketing e ir treinando o seu olhar para identificar não só aquilo que os livros e as boas práticas afirmam que funciona, mas aquilo que você mais gosta. :)
Das minhas abas para as suas
“Criatividade já era, longa vida à curadoria”. Esse é o título do último artigo da estrategista Ana Andjelic. Eu não concordo com a primeira afirmação, mas adoro ler suas análises sempre bem escritas e embasadas. Nesta, ela fala sobre como a curadoria é uma grande arma para as marcas porque a estética e a narrativa de uma curadoria é muito mais difícil de replicar do que o universo visual ou tom de voz de uma marca. E com isso não posso discordar.
Falando em curadoria, temos novas Masterclass, novo site e TURMAS ABERTAS! Depois do sucesso das primeiras turmas de Curadoria de Conteúdo, temos dois novos encontros para que você aprenda como fazer e como incorporar a curadoria à sua estratégia. Além de metodologia exclusiva e muita inspiração, tem também espaço para mentoria, em que a gente troca uma ideia sobre cada projeto, com conselhos e respostas à dúvidas. A próxima turma é neste sábado, 26/06 e ainda dá tempo de garantir sua vaga!
Tendências. Na edição #128 destacamos o report de tendências do Twitter, mas compartilhamos completo em inglês. Descobri que ele está disponível em português também, aqui nesse link. Além disso, tem também o report de tendências do Youtube que, como não podia deixar de ser, é em formato de vídeo. Tem global e por país - inclusive do Brasil.
Anitta e Nubank. Outra notícia que agitou a semana e dividiu opiniões foi o anúncio de que a Anitta está se juntando ao board do Nubank. Diferente de parcerias marca-celebridades baseadas em direção criativa ou uso da imagem, dessa vez a artista tem lugar na mesa e voto igual ao de qualquer outro conselheiro. Minha reflexão favorita sobre o assunto está nesse post:
A Amazon, o consumo e o lixo. Uma filmagem escondida no Reino Unido mostra centenas de produtos de todo tipo (e muito valor!) sendo colocados para “destruição” em um depósito da Amazon. Aparentemente, manter os produtos custa mais do que liberar o espaço. Mas custa mais para quem?
Um evento digital sobre o mundo digital. No sábado também vai acontecer o Sh*ft Festival, um evento em ambiente digital, com gente que habita a internet falando de internet. Entre elas, eu!, num painel sobre o Futuro do Conteúdo. Tem também Startupdareal, Juzão, Camila Vidal, Cris Dias e grande elenco. E tem 30% de desconto para assinantes da Bits! É só comprar seu ingresso aqui.
Final notes
Não me levem a mal não que eu sou super cringe, não vou abrir mão de Friends como parte da minha identidade tão cedo e me identifiquei com a reação da Moça do Marketing. Mas essa sou eu, Bia. O meu “eu-Bits” se obriga a olhar mais de longe e mais a fundo para essas questões, e compartilhar com vocês toda semana.
Quero saber também o que vocês acharam - tanto meus colegas millennial quanto os jovens Gen Z que eu sei que também estão por aqui. Me conta? :)
-Beatriz
PS: para falar direto comigo, use o botão “responder”, ou escreva para beatriz@bitstobrands.com
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
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