Bits to Brands #193 | đĄ Falar (nem sempre) Ă© fĂĄcil
Especialmente quando o assunto é construção de marca.
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#191 | 2022 em Bits
#192 | ResoluçÔes de Ano-Novo
Tempo de leitura: 5 minutos
VOLTAMOS. Depois de merecidas férias e muito planejamento, a sua newsletter mais querida estå de volta para a temporada 2023. Não sei o que esperar e confesso que não fiz grandes planos ou resoluçÔes. Tenho pra mim que quanto mais eu faço as coisas acontecerem, mais coisas acontecem. Então é assim que a gente vai seguir :)
A news segue do jeito que vocĂȘ jĂĄ conhece, exceto que agora os detalhes sĂŁo rosa. Branding, sabe? Sempre que uma palavra estiver rosa, ela Ă© um link para clicar e ver mais.
Senti saudades,
- Beatriz
(para falar comigo ou anunciar na Bits, responda esse e-mail ou escreva para beatriz@bitstobrands.com)
A rede mexicana Oxxo existe hĂĄ 40 anos e o seu nome nunca foi um problema. AtĂ© que ela decidiu abrir mais de 100 lojas no Brasil e virar âĂŽxoâ ou âoxĂŽâ ou (meu apelido favorito) âxoxoâ.
Entre a confusĂŁo, a teimosia e os memes, a gente se divertiu atĂ© que isso virou uma questĂŁo. Nas Ășltimas semanas, a Oxxo embarcou na missĂŁo de educar o pĂșblico brasileiro sobre o jeito certo de pronunciar o seu nome.
A campanha virou assunto na internet e chamou atenção pelo âpreciosismoâ da marca, de nĂŁo aceitar ser chamada de outras formas.
A mensagem na porta da loja parecia, de fato, um pouco passivo agressiva. O McDonald's, por exemplo, abraçou o âMĂ©quiâ numa das estratĂ©gias mais bem sucedidas dos Ășltimos tempos. A internacionalização poderia ter acontecido com um nome mais simples.
Seja qual for o argumento, a discussĂŁo geral foi: precisava?
Mas ao observar as execuçÔes bem humoradas e mais leves da campanha, percebe-se que não é mais sobre um problema. à sobre oportunidade.
E se nesse exemplo a gente questiona a necessidade de trazer clareza, tem casos em que esta Ă© inquestionĂĄvel - como o da Kia.
SĂŁo trĂȘs letras fĂĄceis de pronunciar mas, desde que atualizou sua marca, a montadora tem enfrentado um desafio de leitura e, consequentemente, de associação.
Tem gente demais se perguntando (e pesquisando no Google) âque marca Ă© essa tal de KN?â.
O que temos aqui sĂŁo questĂ”es interessantes de construção de marca, conforme duas empresas globais tentam mover o seu awareness na direção certa: a de valor para a marca, e proximidade com a audiĂȘncia.
Uma expansão internacional e o redesenho de uma marca global são processos complexos, repletos de escolhas e que demandam uma construção de longo prazo.
Nisso, desafios viram oportunidades e potenciais âcrisesâ se dissipam aos poucos. DĂŁo lugar a elas um necessĂĄrio investimento em mĂdia, bastante criatividade e atĂ© um pouco de sorte, na busca por virar esse jogo.
Tornar-se parte da vida das pessoas Ă© tornar-se parte do seu vocabulĂĄrio. Para isso, Ă© preciso familiaridade e facilidade ao falar.
Se isso não vem naturalmente, ou se é perdido no meio do caminho, a estratégia precisa ser de construção. Porque um nome carregado de significado é um ativo valioso demais para ser desperdiçado.
E ao recuperar o seu valor, essas marcas podem acabar ainda mais prĂłximas das pessoas.
PrĂłximas mesmo, tipo âconheço pelo nomeâ. O nome certo, do jeito certo.
â Momento de Inspiração
Reuni num carrossel (Ă© sĂł clicar no post acima) alguns trabalhos do designer @eslammo7amed, que reimagina lojas e como elas seriam se representassem o produto e a marca.
Elas me deixaram pensando que a tecnologia e a criatividade deveriam ser exatamente sobre isso. Pra que vocĂȘ entre numa bolsa Chanel, pra que cafĂ© vire combustĂvel literalmente, ou pra que o sĂmbolo da Pringles vire um gigante na cidade. Enquanto isso, o que temos visto de marcas no metaverso Ă© uma mera digitalização de lojas reaisâŠ
Troca de abas
This is fine. Eu sei que vocĂȘ leu essa frase com o desenho de um cachorro num quarto em chamas na cabeça. Esse desenho completou 10 anos de idade, e seu autor escreveu sobre a âposseâ de algo que explode na internet.
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Deslocamentos diĂĄrios. Estudo interessante do ThinkWithGoogle sobre mobilidade urbana no Brasil, e os diferentes perfis de pessoa conforme suas necessidades e preferĂȘncias de transporte.
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Sobre a volta do BBB e a mistura de assuntos que vira o Twitter nessa época:


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M&M's em crise. Em uma das coisas mais surreais que jĂĄ passaram por essa newsletter, os âspokescandyâ (da junção de âporta-vozâ e âdoceâ, em inglĂȘs) foram aposentados. Porque teve gente que nĂŁo gostou de campanhas recentes envolvendo as M&M's femininas. Eu me recuso a acreditar que isso Ă© sĂ©rio e estou aguardando os prĂłximos movimentos da marcaâŠ
Redação publicitĂĄria artificial. Em 2 de dezembro o ChatGDP apareceu pela primeira vez nessa newsletter com a frase âfiquem de olhoâ. Desde entĂŁo, ele tomou conta das notĂcias e da timeline do LinkedIn.
Ainda vamos falar bastante disso, mas por ora fiquem com um comercial cujo roteiro foi 100% escrito por inteligĂȘncia artificial, e tirem suas prĂłprias conclusĂ”es:
đ newsletter club
Eu sou muito fĂŁ do Austin Kleon. Eu gosto dos livros dele, dos textos dele, dos rabiscos dele e, claro, da newsletter dele. Toda sexta-feira eu encontro algo que me faz clicar ou pensar (ou ambos). Assine aqui.
A Ășltima coisa muito legal que eu encontrei por lĂĄ, inclusive, foi essa passagem aqui sobre inteligĂȘncia artificial e humanidade.

đ©đ»âđ» Dica da Bia
Harry & Meghan
Confesso que quase não trouxe essa indicação pra cå. Porque eu mesma quase não assisti a esse documentårio da Netflix.
Eu vi tanta gente torcendo o nariz, que achei que nĂŁo valeria meu tempo. Mas 6 episĂłdios em menos de 24 horas depois, mudei de ideia.
Harry & Meghan poderia ser um relato exagerado, se tudo que eles abordam nĂŁo estivesse documentado nas redes sociais e capas de revista nos Ășltimos anos.
Ă interessante observar como humaniza figuras pĂșblicas que a gente nem pensa antes de criticar, como faz um paralelo entre a cultura da fofoca dos anos 90 e dos anos 2010 (spoiler: pouco mudou) e como mostra a tentativa do casal de âfight fire with fireâ. Ou, no caso deles, combater a mĂdia com mais mĂdia.
Achei que valeu assistir. DisponĂvel na Netflix.
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
đ©đ»âđ» curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteĂșdo, escritora de e-mails e TEDx Speaker.
đ se vocĂȘ estĂĄ em busca da prĂłxima leitura, confira a Biblioteca Bits to Brands, com indicaçÔes de livros em desenvolvimento pessoal, ficção, marketing e tecnologia.
eu to chocada com a polĂȘmica da M&Ms nĂŁo sei se Ă© pra rir ou chorar
Em 2009 uma campanha de Pepsi na Argentina adotou o nome Pecsi, como muitos argentinos pronunciam.