Bits to Brands #167 | Instagram ou TikTok?
Está cada vez mais difícil diferenciar.
Previously on..
#165 | O valor do branding
#166 | A rede social da real
Tempo de leitura: 5 minutos
Depois de duas semanas de um descanso muito esperado, voltamos - à caixa de entrada, ao Instagram e aos eventos. Vem aí mais uma temporada de Masterclass, palestras e lives. A primeira, inclusive, está anunciada no final dessa edição. Gratuita e com um convidado muito especial. Confia em mim, você não vai querer perder. :)
- Beatriz
(para falar comigo, responda esse e-mail ou escreva para beatriz@bitstobrands.com)
Não é de hoje que o Instagram tem se movimentado para uma direção diferente.
Começou em novembro de 2020, numa atualização que colocou o “shopping” onde antes moravam os likes (falamos disso na edição #108).
Depois em julho de 2021, com a declaração de que o Instagram não seria mais um "aplicativo de fotos” (falamos disso na edição #133).
Recentemente, anunciou que os usuários das plataformas Meta já passam 50% do seu tempo assistindo vídeos, e mostrou uma atualização no Feed que vai colocar vídeos em destaque e deixar a experiência de fotos e Stories menos intuitiva.
O Instagram está cada vez mais parecido com a rede “vizinha”. Um pouco, ao que parece, seguindo a mesma fórmula que freou o crescimento do Snapchat, e um pouco abraçando o formato preferido do momento.
Vamos analisar isso sob três pontos de vista:
1. Arquétipos de marca
(entenda o conceito aqui)
A Meta, há algum tempo, age como Governante. Ela representa os milhões de usuários, os bilhões de dólares, o poder. Ela avança com aquisições, enfrenta seus competidores e busca o posto de líder.
A questão é se essa é uma liderança inspiradora, que move o mercado adiante, ou a protagonista de um jogo de poder mais para “Game of Thrones”.
O TikTok, por sua vez, é uma explosão de modernidade e de criatividade. Ele criou uma nova dinâmica permitindo que as pessoas criassem de um jeito totalmente novo. É o arquétipo do Criador na essência.
Por mais que o Instagram consiga replicar as funcionalidades do TikTok, fica um estranhamento no ar. Parece que não “combina”, que não é natural. Porque um movimento de “Governante” (de neutralização, de dominação) não consegue inspirar a leveza necessária para ser uma marca “Criador” aos olhos das pessoas.
2. Estratégia
Outro ponto é o Instagram ter deixado de lado a diferenciação. Se é vídeo que as pessoas querem ver, é vídeo que ele irá entregar.
Mas uma rede social que nasceu para fotos, evoluiu para expressão pessoal e tinha se consolidado como ambiente de vendas, socialização e conhecimento pode ter muito a perder com uma mudança tão brusca.
Muito do valor que trouxe o Instagram até aqui fica para trás nesse processo. Saem seus amigos e conhecidos, entram conteúdos curados por algoritmo. Saem registros despretensiosos da rotina, entram vídeos cortados e editados.
Perde-se o papel único que o Instagram tinha nas nossas vidas, entra uma competição pelo “melhor aplicativo de vídeos curtos”. Nessa disputa, quem tem mais a perder?
3. Comportamento
E no meio disso tudo estamos nós - os usuários. Consumidores e criadores de conteúdo, que têm se perguntado dia sim, dia também: pra onde a gente vai?
Pra onde a gente vai pra ler alguns conteúdos em carrossel, saber onde aquela conhecida está jantando, ver uma viagem que os amigos estão fazendo, saber o resultado do chá revelação da influenciadora que está grávida…?
Pra onde a gente vai pra descrever momentos e compartilhar reflexões em texto?
Pra onde a gente vai pra criar em formato estático - seja em fotos, em layouts ou em desenhos?
De repente parece que teremos duas redes sociais para o mesmo propósito, e nenhuma disposta a cumprir esses tantos outros papeis.
Na dinâmica dos usuários, do mercado e dos anúncios, cada plataforma cuida de si, talvez esquecendo que as nossas rotinas são feitas de um ecossistema de redes sociais. Cada uma cumprindo um propósito e se encaixando num determinado momento.
De repente parece que esse equilíbrio está em risco. E não dá para saber se as marcas e os usuários tem mais a ganhar ou a perder.
A única certeza nisso tudo é que, entre Instagram e TikTok, nós não temos (pelo menos por enquanto) para onde correr.
⭐ Momento de Inspiração
O pessoal da Growth.Design faz estudos de caso ilustrados sobre experiências do usuário em diversos aplicativos. O mais recente foi esse aqui, em que eles analisaram um bom anúncio, por que ele chamou atenção e como ele poderia ficar ainda melhor.
Troca de abas
Há vagas! Para as próximas Masterclass - de Curadoria de Conteúdo (em junho) e Newsletter (em julho). Serão as últimas turmas por um tempo, então aproveite a chance :)
Casamento branded. Ame ou odeie, o clã Kardashian e a marca Dolce and Gabbana criaram um novo formato de conteúdo patrocinado e foram, juntos, o assunto mais comentado do fim de semana. Segundo análise da Page Six, só em valor de mídia gerada pelo casamento de Kourtney e Travis, já foram mais de 25 milhões de dólares de retorno para a D&G em troca desse “publi”.
Artista ou TikToker? É a discussão que artistas vêm expondo nas suas redes sociais nos últimos dias, e que tem dado o que falar do TikTok ao Twitter. Tem vídeo, prints e uma breve análise nessa thread.
E por falar em artista, o novo álbum do Harry Styles é a trilha sonora dessa newsletter e de todos os outros momentos. Nessa entrevista, ele fala sobre o processo criativo de Harry's House e sobre o novo significado de “casa” que descobriu durante a pandemia.
Viciou. Segundo análise da Section4, as pessoas passam em média mais horas por mês no TikTok do que no Facebook e no Instagram somados. Graças à experiência imersiva e à aleatoriedade fascinante, que exploramos em detalhe no Report de Tendências 2022.
E por falar em vício: estamos vivendo ou apenas repetindo “a-cor-da-Pe-dri-nho” mentalmente há três dias?
👩🏻💻 Dica da Bia
Um grande encontro :)
Tiago, a mente e coração por trás do Tira do Papel, é um dos criadores de conteúdo mais autênticos e inspiradores que eu conheço.
A sua newsletter tem maior frequência e muito menos palavras do que a Bits mas, cada um a seu modo, hoje nós temos o mesmo número de assinantes e anos de experiência escrevendo e-mails.
Na próxima terça-feira (31/05), vamos compartilhar aprendizados, trocar referências e deixar dicas valiosas para quem cria conteúdo e quer potencializar o valor que entrega na caixa de entrada das pessoas.
Vai ser um papo ao vivo, leve e divertido. Tipo uma mesa de bar virtual. Te convido a puxar sua cadeira - as vagas são limitadas :)
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
📚 se você está em busca da próxima leitura, confira a Biblioteca Bits to Brands, com indicações de livros em desenvolvimento pessoal, ficção, marketing e tecnologia.
O pessoal do Garimpo mostrou essa semana uma foto (do FOURSQUARE!!!) do Pedrinho (dormindo).
Realmente confesso que tenho ficado mais tempo no tiktok do que em outras redes sociais, porém tenho me policiado mais. Isso acaba afetando a vida drasticamente, vício nunca é bom.