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Não é mais uma sobre Clubhouse
Quer dizer, quase.
Não é mais um conteúdo sobre o que é Clubhouse porque, se passou algum tempo nas redes sociais nos últimos dias, você já viu vários.
(Inclusive, se está buscando uma definição ainda, recomendo essas duas:)
Não é mais um conteúdo sobre se você ou a sua marca devem estar no Clubhouse porque, honestamente, cada caso é um caso e tá tudo bem não ir atrás da última onda. Também porque não faz nem uma semana que apenas usuários de iPhone chegaram por lá, então tem muita coisa para acontecer. O Marketing Hub falou sobre isso e queria até assinar embaixo:
E não é mais um conteúdo sobre percepções e experiência na plataforma, porque estas eu já compartilhei no Instagram e no Twitter:
A conversa que eu quero puxar hoje é sobre descentralização e diversificação de conteúdo. Inspirada, sim, pela explosão do Clubhouse.
Porque é fascinante como, em questão de dias, a gente foi de “o Facebook será pra sempre dono de todas as nossas interações” para “nossa, eu estou passando muito mais tempo aqui do que no Instagram”.
Com “descentralização” eu me refiro justamente a esse fenômeno de que, por maior e mais enraizado na nossa rotina que o Facebook seja, ainda há espaço para novas alternativas surgirem e prosperarem.
Semana passada mesmo nós falamos de newsletter e de como as grandes plataformas estão correndo para copiar o Substack. Adivinhem só se ontem mesmo não saiu uma manchete “Facebook está desenvolvendo um concorrente do Clubhouse”?
Já virou praxe esse tipo de vazamento para imprensa, quase em tom de ameça, como quem diz “eu vou acabar com essa festinha logo logo”. Mas será mesmo? Porque aí vem o segundo ponto: a diversificação do conteúdo.
O primeiro grande desafio ao Facebook foi o TikTok - vídeos curtos, dinâmicos, com música. Nos últimos meses, o Substack - textos longos e interação por e-mail. E agora, o Clubhouse - conversas em áudio sem hora para acabar.
São formatos completamente diferentes, cada um a seu modo, fugindo da lógica convencional do Instagram, que por sua vez fez um movimento forte em direção ao social commerce.
Ou seja, será possível uma única plataforma abrigar tantos tipos diferentes de interação?
Ou vai acontecer com um “Facebook-House” o que aconteceu com o Reels - uma ferramenta que o Instagram tenta empurrar de todo jeito, mas que ainda serve principalmente para reproduzir vídeos criados no TikTok?
Eu entendo a opinião dos mais conformados, que acreditam que é só questão de tempo até o Zuckerberg abraçar o “governante” (olha aí o arquétipo) que ele tem se tornado e comprar ou copiar todas essas novidades, empurrando-as à sua base de usuários de todo jeito.
Mas eu quero apostar que a inovação e a criatividade ainda têm espaço na nossa vida social-virtual. E que os últimos dias são sinal que teremos cada vez mais opções sem ficar restritos à estratégia (e aos caprichos) de um único CEO.
E que ainda há muitas histórias diferentes para contar, onde e como a gente se sentir mais confortável para contá-las.
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Momento de Inspiração
Estava esperando desde o ano passado uma brecha para compartilhar essa referência. Essa campanha do Google foi amor à primeira vista porque ela é genial em tudo: na nostalgia, na paródia, em mostrar features do produto e em criar uma peça publicitária que é entretenimento puro. Eu te desafio a assistir uma vez só.
Caixa de Perguntas
Um espaço pra opinar mais livremente, falar mais da minha experiência, o que tem por trás da Bits e, claro, como eu posso ajudar por aí. Deixe aqui neste link sua pergunta sobre construção de marca, uma tendência recente, sobre newsletter ou estratégia de conteúdo, que toda semana uma delas será respondida :)
Olá! Li a última News sobre as tendências em e-mail e newsletters e gostaria de saber se vocês têm alguma indicação de plataforma para a construção e disparo de newsletters que permita mensuração. Tenho uma News semanal no trabalho, mas o envio é via Outlook e sempre ficamos no escuro sobre a efetividade da ferramenta. A plataforma principal da companhia é o Office 365.
Oi! Tem várias ferramentas de disparo de e-mail gratuitas, ou com taxas que variam conforme o tamanho da sua lista.
Se você tem uma identidade visual específica, busque aquelas em que é possível adaptar o layout do e-mail, como MailChimp e RD Station. Se pode seguir um design mais simples, tem o Substack e o Revue que são focados em newsletter.
Todas elas oferecem dados básicos como taxa de abertura e taxa de cliques, que vão te ajudar a medir o engajamento da sua news. Sucesso :)
PS: Se você tem uma ferramenta que usa por aí e recomenda, e quer ajudar essa colega a sair do Outlook, compartilha nos comentários?
O que ler/assistir/conferir
O Superbowl da nostalgia. Domingo aconteceu o tal horário comercial mais caro do mundo. Por volta de 5 milhões de dólares são investidos por cada marca, pela chance de ser relevante, emocionante e memorável - e nem todas conseguem. O que chamou atenção foi que, nessa busca, muitas marcas apelaram para a nostalgia e referências a décadas passadas. Para quem gosta dessa tendência (e de anúncios criativos), segue alguns exemplos:
Uber Eats e os protagonistas da comédia de 1992 Wayne's World
E, o meu favorito, Cadillac e o filho do Edward Mãos de Tesoura:
Uma continuação do papo de semana passada. Esse artigo na FastCompany vai muito em linha do que falamos aqui sobre a chegada do Twitter e do Facebook ao universo das newsletters. Com destaque para o modus operandi desse tipo de movimento: “Eles constroem a própria versão de uma ideia promissora, tentam acabar com a concorrência pelo caminho e aí começam, ativamente ou por negligência, a arruinar aquela ideia que eles estavam copiando lá atrás”.
Uma continuação do papo de hoje. Ainda sobre o jogo de dominação do Facebook sobre outras plataformas, a última notícia é que o Instagram vai derrubar o alcance de vídeos no Reels que tenham marca d’água do TikTok. Ou seja, não pode mais importar vídeos de uma plataforma para a outra. No jogo do Zuckerberg, ou você joga sob as regras dele, ou ele leva a bola (e o seu alcance) embora.
Final notes
Deixo essa edição de hoje como um registro de para onde eu acho que a internet está indo - e me comprometo a voltar a ela no fim do ano, para a gente ver o que realmente aconteceu. Sigo na torcida pela descentralização e fim do “império do mal” de Zuckerberg, mas as cartas estão todas na mesa. Se você tem uma aposta, divide comigo também?
-Beatriz
PS: para falar direto comigo, use o botão “responder”, ou escreva para beatriz@bitstobrands.com
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
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