nas edições anteriores
#261 | Guia de Presentes
#262 | 2024 em Bits
tempo de leitura: 4 minutos
para entender
💡
Quando a ideia de descanso e relaxamento envolve passar o máximo de tempo desconectado do trabalho, das notícias e das redes sociais,
parece que offline é o novo luxo.
Quando as resoluções de Ano-Novo, as listas de in/out e as dicas para ter “hot girl energy” no TikTok passam a incluir atividades manuais, encontros ao ar livre e tempo longe das telas,
parece que o offline é o novo luxo.
Quando a rotina está tomada por anúncios em todos os lugares e a gente não consegue fazer quase nada sem ser impactado por algum tipo de publicidade,
parece que o offline é o novo luxo.
Quando até a geração mais conectada de todas volta a sua atenção para os livros físicos e as revistas impressas,
parece que o offline é o novo luxo.
Quando as redes sociais estão imprevisíveis e caóticas, com regras mudando o tempo todo e interesses políticos e econômicos influenciando diretamente a forma como recebemos informação,
parece que o offline é o novo luxo.
Quando cada vez mais conteúdo é criado por inteligência artificial, distribuído por inteligência artificial e muitas vezes lido na íntegra apenas por uma outra inteligência artificial, com IAs falando entre si até em processos seletivos,
parece que o offline é o novo luxo.
Quando algumas das maiores marcas do mundo investem em experiências sensoriais e gastronômicas como cafés e restaurantes junto das suas lojas, apostando nas conexões e lembranças que acontecem no mundo real para criar memórias,
parece que o offline é o novo luxo.
Quando ser uma pessoa hiperconectada, sempre por dentro dos assuntos e que domina as redes sociais vai perdendo seu charme para a ideia de ser “low profile”,
parece que o offline é o novo luxo.
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Viver primeiro, postar depois.
Viver e (imagina só!) nem sequer postar.
Ou talvez postar o suficiente. Nem muito, nem pouco.
Com a clareza de que vive para si, e não para os outros ou para qualquer rede social.
No dicionário, o significado da palavra luxo passa por “qualquer coisa dispendiosa ou difícil de se obter” e também por “coisa excelente, de qualidade superior; perfeição, primor”.
Algo tão difícil de obter, quanto especial e valioso.
O tempo que passa sem qualquer influência de telas, a tranquilidade de estar “por fora”, a presença plena e focada na vida real e tudo que ela envolve - pessoas, conversas, rituais, se exercitar, se alimentar, interagir…
Tudo aquilo que se vive sem celular e que, talvez mais do que nunca, a gente precisa aprender a apreciar.
Quando offline é o novo luxo,
o que mais vale curtidas nem chega a ser postado.
para inspirar
✨
Não há outra inspiração possível que não Fernanda Torres, gênia, Golden Globe winner, musa inspiradora da autenticidade, da consistência, do talento, do trabalho… Este prêmio e tudo que ele representa foram a melhor coisa da internet essa semana.
Mas onde eu recomendo que você passe os próximos minutos, é na cobertura completa que Selton Mello fez nas suas redes sociais. Sem superprodução ou truques de edição ou microfoninho de lapela, ele registrou um momento histórico e emocionante, e a vitória de uma grande amiga, como só um amigo querido faria. E é muito especial de assistir.
Please make “redes sociais” Selton Mello forever.
para fazer parte da conversa
💬
_ A primeira campanha do Burger King de 2025 é uma amostra de uma grande tendência para este ano [link]
_ Agora é oficial e regulamentado: 144 marcas de bets podem operar no Brasil. O desafio é claro: diferenciação. [link]
_ O Walmart lançou uma bolsa muito, mas muito parecida com a Birkin da Hermés e talvez os “dupes” tenham ido longe demais [link]
_ Mark Zuckerberg fez, na primeira semana do ano, um dos anúncios mais importantes de 2025.
A moderação de conteúdo nas plataformas da Meta vai mudar, passando a restringir menos assuntos (de imigração à gênero), e a veracidade das informações ficará por conta da própria comunidade - como já acontece no X/Twitter, com as notas.
Assista ao vídeo de 5 minutos na íntegra. [link] E também à explicação de Adam Mosseri sobre o que isso significa para creators. [link]
Ao que tudo indica, com deep fakes e conteúdo criado por IA e as estruturas profissionais de criação e disseminação de fake news operando mais livremente, os conteúdos de marcas e influenciadores vão conviver em um ambiente muito difícil de controlar.
Em nome de uma liberdade de expressão que serve a interesses tão específicos quanto claros. Pergunte-se aí que eu me pergunto aqui: de quem?
Recomendo também a análise de Casey Newton. [link]
para ler com calma
📄
“Eu quero ser o Wagner Moura” [link]
Eu sei que os atores do momento são outros, mas encontrei esse texto da Thaís Farage no final do ano e ele certamente inspirou essa newsletter de alguma forma. “O Wagner Moura é foda em silêncio”.
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Criatividade > produtividade [link]
Esse artigo é também uma forma de promover uma ferramenta de organização de referências, então ele tem uma agenda própria. Mas cita outras soluções e faz ótimos pontos sobre por que precisamos sair de uma lógica de trabalho baseada em produtividade, e abrir espaço pra criatividade.
“A maioria das ferramentas de produtividade é criada para convergência, a parte da criatividade que envolve estreitar e refinar ideias. Eles não foram construídos para a divergência, o que envolve nos abrirmos para novas ideias e possibilidades”.
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O evangelho da prosperidade [link]
Tem se popularizado no Brasil a associação de grandes influenciadores à religião. De postar seu devocional diário a agradecer por todas as bençãos, a normalização disso pode fazer as pessoas esquecerem que muitas dessas conquistas vêm de tráfego pago ou até de divulgar jogo do tigrinho e ser remunerado pelo vício alheio.
“A linha entre a fé genuína e a mercantilização dela fica cada vez mais tênue. Até que ponto essa ‘nova fé digital’ está a serviço do próprio enriquecimento?”
para mais conteúdo
📚
A primeira temporada do podcast Tudo que Importa foi concluída em 2024, mas segue disponível pra te acompanhar na rotina.
Seis convidados e um episódio bônus comigo, pra gente falar sobre a trajetória e motivações por trás da Bits to Brands. Sete conversas leves e inspiradoras para te ajudar a colocar seus projetos e sua marca no mundo. Tá lindo :)
Disponível no Spotify, no Apple Podcasts e no YouTube.
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para dar um tchau
👋🏼
Feliz ano novo, meus queridos! Descansaram? Ficaram bem cronicamente offline? Voltaram essa semana? Tão sentindo que os últimos quatro dias já foram bem do jeitinho 2024-tudo-ao-mesmo-tempo-em-todo-lugar? Todo o descanso da brisa do mar já virou FOMO?
Ou sou só eu???
Mas não vou desistir de equilibrar o caos das trends e notícias com o mundo real e o que realmente importa. É para isso que estamos, mais um ano, juntos aqui. Entre as abas abertas no navegador e as abas abertas na cabeça, tem muito pra acontecer ainda.
Que 2025 seja bonito, feliz, próspero, e um pouco mais offline para todos ✨
Volto semana que vem com uma surpresa.
- Bia
essa news aparecendo justamente quando eu desinstalei o instagram, tudo que eu precisava para confirmar que era o certo 🧘🏻♀️
Exclui o insta dia 7, e estou tão em paz. 🙏✨ Minha rede social basicamente tem sido essa. Tenho lido mais, estudado mais, e me sinto mais conectada ao PRESENTE.