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#176 | Pocket
#177 | Era uma vez uma internet
Tempo de leitura: 5 minutos
O assunto de hoje não podia ser outro, já que essa edição chega até você logo antes da minha palestra no TEDx Blumenau. Estou feliz, grata, emocionada e bastante ansiosa. Nesse processo, eu descobri que tem gente que fala com a parede pra parecer importante na internet. Desses dois fatos, nasceu esse texto. Me desejem sorte :)
- Beatriz
(para falar comigo, responda esse e-mail ou escreva para beatriz@bitstobrands.com)
Tenho pensado muito sobre falar em público.
Amanhã vou fazer um TEDx, daqui a duas semanas estarei no YOUPIX Summit, daqui a dois meses tem RD Summit. Não me levem a mal: essas oportunidades me enchem de orgulho e gratidão. Cada um desses palcos é um sonho realizado.
Mas eles também me causam um nervosismo imenso.
É sempre uma grande responsabilidade falar pra tanta gente ao mesmo tempo. Estar numa sala com centenas, às vezes até milhares, de pessoas te olhando é uma das coisas mais desafiadoras que existem.
Você tem que ter um bom ponto, e saber entregá-lo com carisma, com assertividade, com calma, com didática. Tudo isso enquanto a cabeça só sabe repetir “meudeusdocéu o que é que eu to fazendo aqui???”.
Foi nesse contexto que eu me deparei com a “trend” das pessoas que fingem que estão em podcasts.
É basicamente assim: você aluga um estúdio (ou improvisa algum outro local), monta um microfone e fica respondendo perguntas que ningúem fez, numa sala vazia, enquanto é filmado. Aí usa recortes dessa gravação nas redes sociais como se tivesse sido entrevistado de verdade por um grande podcast.
O Victor Oliveira demonstrou super bem:
Para além da "sociedade do espetáculo” e das tantas análises a serem feitas aqui, fiquei pensando que essa pessoa, ao mesmo tempo em que fala com as paredes, está buscando ser ouvida por milhares de pessoas. Só que sem nunca falar diretamente com elas (ou com ninguém).
Talvez a pessoa que fala sozinha seja ouvida por muito mais gente do que alguém em qualquer palco. Mas será que ela sente a pressão de falar pra tanta gente, tanto quanto é possível sentir ao ver cada uma dessas pessoas na plateia?
Se eu tivesse que apostar, diria que não. Mas se não é sobre o número de pessoas assistindo, qual a diferença entre nós?
E aqui a gente chega à conclusão que deixa esse texto menos pessoal, e mais conectado aos efeitos das redes sociais em como a gente se comunica. Ela se resume a duas palavras.
A primeira é responsabilidade.
Boa parte do que é dito na internet não seria dito cara a cara. Pelo menos não da mesma forma, muito menos com a mesma facilidade.
Pensa alguém conversando com você e apontando pro alto e pros lados. Ou alguém fazendo um comentário maldoso sobre a aparência do outro, só que dentro do elevador. Ou alguém respondendo uma pergunta que ninguém fez, só que ao invés de sozinho na sala, num palco pra milhares de pessoas.
Será que demonstrariam a mesma auto-confiança?
O que nos traz à segunda palavra: espontaneidade.
O falar a partir de uma sala vazia proporciona uma versão editada e ajustada de alguém. Dá pra cortar, editar, repetir, voltar. Dá pra emendar um ponto no outro sem interrupções, já que não tem ninguém pra reagir.
Dá pra oferecer algo perfeito, pensado nos mínimos detalhes. O que não poderia estar mais distante da realidade.
Porque, com todos os seus desafios, o falar em público é uma experiência compartilhada. Entre quem fala e quem ouve, mas também entre quem ouve junto - e concorda ou discorda, ri, se emociona, vibra junto.
E não dá nada que substitua a energia criada nesses momentos.
Muito menos um microfone e uma câmera numa sala vazia.
⭐ Momento de Inspiração
No processo de preparação para o TEDx, eu assisti muitos TEDs. Esse é um dos meus favoritos e grande inspiração - a explicação de Adam Grant sobre o “languishing” e como reencontrar seu estado de flow.
Troca de abas
Atualizações rápidas:
No último episódio da “Guerra do Streaming”, a Disney passou a Netflix em número de assinantes, considerando Disney+, Hulu e ESPN+ somados [link]
E em mais um episódio da “Empresa que Copiava”, o Instagram está testando uma feature que é ~bem parecida~ com o BeReal [link]
O que bomba no streaming, bomba também no camelô. Longe das nossas bolhas, o mercado de DVDs piratas está vivo e vendendo muitas cópias do documentário “Pacto Brutal” [link]
O sonho da casa própria - só que no metaverso. Mas não pode ser na periferia. Pra entender o conceito, é preciso assistir esse vídeo até o final. Recomendo também ler os comentários. [link]
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Sequestrado pela própria audiência. Um daqueles artigos que todo mundo precisa ler, e que vai te deixar refletindo por um bom tempo. Destaco:
“Para ser alguém, precisamos de alguém para quem possamos ser. Nossas personalidades se desenvolvem como um papel que desempenhamos para outras pessoas, cumprindo as expectativas que pensamos que elas têm de nós.
O problema é que não vivemos mais apenas entre aqueles que conhecemos bem. Agora somos forçados a refinar nossas personalidades pelos incontáveis olhos de estranhos.”
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Uma fábrica de emojis. Combinando quaisquer dois emojis que já existem, esse site cria um novo. Recomendo muito o exercício de encontrar o que melhor te representa. Acho que esse seria a Bits:
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E por falar em fábrica, esse site cria posts motivacionais no LinkedIn usando inteligência artificial. É em inglês, e dá pra perder bastante tempo brincando com diferentes combinações. Eu queria falar em “quit my job” e deixar de conselho para as pessoas “YOLO”. Eis o resultado:
Oi, você tem um minuto? Talvez até menos. Leva alguns segundos pra votar em mim no prêmio global Women That Build, na categoria Techfluencer [vote aqui no link]. Depois mais alguns segundos pra comentar e compartilhar a publicação abaixo no Instagram e ajudar nessa campanha :)
👩🏻💻 Dica da Bia
Yes, but
Estou encantada pelo projeto Yes, But, que promove reflexões e críticas através de ilustrações. É uma mais simples e mais genial que a outra.
Algumas das minhas favoritas:
Ser rico no banco imobiliário
Os perrengues que o Instagram não mostra
E essa sobre viajar o mundo
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
📚 se você está em busca da próxima leitura, confira a Biblioteca Bits to Brands, com indicações de livros em desenvolvimento pessoal, ficção, marketing e tecnologia.
Yes, but é um dos melhores instagrans dos últimos tempos (ao lado do hand painted).
Fiquei nervoso só de pensar em falar em um dos eventos que vc esta escalada. Mas como minha mãe sempre fala: "Você não é o primeiro, nem o último, a fazer isso". Vai lá e arrasa, Beatriz.
a fábrica de emojis😍😍😍onde vocês encontram essas preciosidades??? eu amooo