Bits to Brands #158 | Escala de hype
Como filtrar o ruído em volta de uma nova tecnologia para entender o seu potencial
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Tempo de leitura: 4 minutos
O artigo principal de hoje é uma tradução e adaptação de “Os cinco níveis do hype”, de Johannes Klingebiel. Quando li pela primeira vez, identifiquei tantos hypes diferentes que achei que valia torná-lo mais acessível. Espero que gostem!
- Beatriz
Nos últimos tempos, muitos termos e siglas têm nos feito questionar o que é tendência e o que é hype. Alguns deles: NFTs, VR, AR, phygital, blockchain, e não podia faltar ele: o metaverso.
Antes de continuar qualquer discussão, é importante olhar para o que representa definir algo como hype.
Segundo o dicionário Oxford, hype significa:
publicidade ou promoção intensiva ou extravagante;
promover ou propagandear (um produto ou uma ideia) intensivamente, frequentemente exagerando sua importância ou benefícios.
Mas será que ser um hype é necessariamente algo ruim? Não é importante no processo de educar as pessoas sobre algo novo? Não é a maneira natural com que toda nova tecnologia ganha tração?
Onde está a linha entre repercutir algo porque é interessante e potencialmente transformador, e fabricar uma tendência de tanto que todos querem fazer parte da conversa?
Nesse artigo, o designer e pesquisador Johannes Klingebiel encontrou o melhor jeito de explicar essa distinção: desenhando.
A partir de uma linha reta, ele define os cinco níveis do hype em torno de novas tecnologias: do mais realista e imediato, ao mais utópico e apaixonado.
Segundo o autor:
“O hype é frequentemente associado à propaganda enganosa ou repercussão ignorante, mas ele tem sua utilidade. Para criar uma nova tecnologia, é preciso vender uma visão para atrair os recursos necessários. O hype pode criar uma visão compartilhada, movendo os envolvidos na mesma direção e assim criando uma profecia auto-realizável. (…)
Mas o hype não é sempre o mesmo, existem diferentes formas e níveis.”
Confira no infográfico abaixo os cinco níveis da Escala de Hype.
NÍVEL 1: Marketing
NÍVEL 2: Discurso exagerado
NÍVEL 3: Futuros utópicos
NÍVEL 4: Tipo mágica
NÍVEL 5: Descolamento
A cada etapa, fica claro o quanto o hype é capaz de ir de um processo natural e necessário à inovação, para algo excessivo que pode atrapalhar a compreensão da ideia que se quer propagar.
Agora, fica o convite: tente localizar em qual nível as palavras-chave que têm dominado a sua timeline do LinkedIn se encontram. Se quiser, me conta respondendo esse e-mail :)
⭐ Momento de Inspiração
É justamente nos momentos mais sensíveis e complexos que as pessoas esperam que as marcas façam a sua parte. Essa semana, o Airbnb deu o exemplo com uma iniciativa de acolhimento à refugiados ucranianos, incentivando e financiando anfitriões da sua plataforma para recebê-los.
Destaca-se a liderança ativa do CEO Brian Chesky. Há algumas semanas, ele deu uma entrevista para Kara Swisher e Scott Galloway (disponível aqui) que faz acreditar que há esperança no Vale do Silício.
Troca de abas
Um evento imperdível. Scott Galloway entrevista Adam Grant sobre o fenômeno da “grande demissão” e sobre qualidade no ambiente de trabalho pós-pandemia. Dia 23, de graça.
O brasileiro e o dinheiro. Estudo do ThinkWithGoogle que identificou 6 perfis diferentes conforme a relação das pessoas com dinheiro. O resultado está nessas 40 páginas, essenciais para quem é do segmento.
Dossiê Mercado Livre. Diversificação de receita, hiperlocalidade e outros segredos por trás da dominação do Mercado Livre apesar da forte concorrência na “guerra do varejo”, nesse artigo da Exame.
TikTok de milhões. São 100 milhões de usuários na América Latina - 36,6% deles brasileiros. Essa semana, a plataforma anunciou vídeos com duração de até 10 minutos, o que deve mexer com o tipo de conteúdo, o tempo das pessoas por lá e até com a estratégia do YouTube.
Sobre isso, não resisti ao trocadilho:
👩🏻💻 Dica da Bia
Um papo sobre tendências
A convite da Digital House, tive a honra de estrear a quarta temporada do DH Cast num papo sobre tendências para o mercado digital em 2022.
Inclusive, muito bem acompanhada: com Bruno Cobbi, Interney, Lidia Zuin e Rafael Kiso. Discutimos descentralização e o fim do monopólio do Facebook (será?), comunidades digitais, slow content e eventos híbridos.
Ouça no Spotify:
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
📚 se você está em busca da próxima leitura, confira a Biblioteca Bits to Brands, com indicações de livros em desenvolvimento pessoal, ficção, marketing e tecnologia.