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#142 | Zuck (e você) no metaverso
#143 | Detox Digital
Tempo de leitura: 4 minutos
“Cada plataforma é pioneira em algum tipo de conteúdo viral sobre comida. O Facebook e o Buzzfeed lideraram uma era de receitas fáceis, preparadas por mãos vistas de cima. O YouTube abriga receitas mais completas e vlogs de culinária de 20 minutos. O Instagram popularizou delícias feitas para a câmera, como os Cronuts” - New York Times
Agora é a vez do TikTok e suas receitas com milhões de visualizações. Um bolinho de Oreo na caneca, narrado por uma criança. Uma massa com queijo e tomates assados, que esgotou o queijo feta das lojas. E agora, um bowl de salmão com arroz requentados no microondas que foi assistido mais de 19 milhões de vezes.
O que todos eles têm em comum é e a ausência de chefs ou processos elaborados. O formato que o TikTok viralizou é uma câmera apoiada no balcão da cozinha e uma voz ao fundo narrando os poucos passos da receita, enquanto uma pessoa comum prepara algo fácil, com ingredientes que você provavelmente tem em casa.
Aí todo mundo começa a preparar a sua versão, todos conectados pelo vídeo “stitched” ou usando o mesmo áudio, e o resultado são milhares de vídeos e ingredientes esgotados nas lojas.
A influenciadora Emily Mariko, autora do TikTok Salmon, foi de 100 mil a 4,2 milhões de seguidores em menos de um mês. Mais uma testemunha da mágica que acontece no TikTok, quando uma pessoa fazendo algo absolutamente banal viraliza ao despertar interesse e identificação.
O tal vídeo do salmão reúne tudo que a rede social mais gosta: receitas, ASMR, intriga (como o cubo de gelo não derrete?) e um lifestyle digno “daquela garota”, a famosa that girl, que tantos vídeos no TikTok querem nos ensinar a ser.
Ela cozinha para si mesma todos os dias, com ingredientes saudáveis, utensílios bonitos e em uma cozinha limpa e organizada. E esse é o tipo de conteúdo que viraliza, graças à serendipidade da plataforma do momento.
Por essas e outras, que toda rede social quer ser um pouco mais como o TikTok. E que a gente quer ser mais como a Emily Mariko.
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Momento de Inspiração
Conexão emocional é algo que leva tempo, ou que pode ser despertada em segundos. Este é um exemplo do segundo caso. Só de ouvir o nome, você já lembra do gosto. E só de lembrar, é transportada para lembranças da infância e da adolescência.
O Boticário e Mondeléz se uniram para lançar uma linha de cosméticos com cheiro de chiclete. E a gente não conseguiu não amar. Esse é o poder da nostalgia como parte da estratégia de marca.
Caixa de perguntas
Um espaço pra opinar mais livremente, falar mais da minha experiência, o que tem por trás da Bits e, claro, como eu posso ajudar por aí. Deixe aqui neste link sua pergunta sobre construção de marca, uma tendência recente, sobre newsletter ou estratégia de conteúdo, que toda semana uma delas será respondida :)
como você vê o movimento do mercado sobre a intersecção de gestão de comunidades x social media? algumas agências e marcas já entendem a atuação em redes sociais como um relacionamento com comunidades, mas esse movimento ainda não é “geral”. será que um dia vai ser? o mercado entende essa diferença?
Durante muito tempo, as redes sociais foram lugar de exposição, quase uma vitrine. Mas de uns tempos para cá, a busca não é mais somente por awareness: a gente também quer engajamento. Para isso, não basta estar nas redes sociais: é preciso ser fluente.
Ou seja: inspirar conversas, criar conteúdo que seja mais sobre a plataforma e as pessoas do que sobre o produto, e usar esses espaços para construir e fortalecer uma comunidade.
Mas esse “idioma” pode variar conforme o público e a marca. A lógica “social media” do feed organizado e as fotos aspiracionais pode seguir funcionando muito bem para certas marcas, enquanto o pensamento de “comunidade” e interação é uma mudança urgente para outras.
Como em tudo no marketing, é sobre entender profundamente a sua marca, o seu consumidor e o canal em que eles se encontram.
Aliás, minha grande referência no assunto (quem foi meu aluno já sabe :)), é a Aff the Hype, uma marca que mescla produto e conteúdo e o resultado é uma comunidade que fala a mesma língua. (um beijo, Adênia)
Das minhas abas para as suas
Ela tá, tá movimentando… Se você sabe a dancinha que acompanha esse refrão, certamente têm passado algum tempo no TikTok (se descobriu pelo Instagram é cringe :p). Mas por onde começou? Nessa reportagem, o G1 foi atrás da origem de alguns hits para responder.
O Facebook caiu. Mas o social media, ah, eis uma instituição que não pára jamais. E deu show nessa thread, no lugar para onde todos corremos - o Twitter:
24h antes do Facebook cair, o mundo conhecia a mulher por trás da denúncia dos Facebook Files - Frances Haugen. Ela divulgou documentos internos que mostram que eram conhecidos dentro da empresa o efeito do Instagram na saúde mental de adolescentes e a sua falta de capacidade de filtrar conteúdo violento. Alguns estão comparando esse momento à virada que o tabaco teve na opinião pública. Seguimos de olho.
Dia 5 de outubro fez 10 anos que Steve Jobs se foi. E a homenagem da Apple ao seu legado deixa claro que ele será eterno.
Final notes
A edição de hoje foi basicamente TikTok e Facebook, com toques de Apple, nostalgia e comunidade. Espero que tenham gostado do resultado :)
Na próxima quinta-feira, vou dividir a conversa que tive com um dos pioneiros das redes sociais e um cara muito gente boa - Orkut Büyükkökten. Falamos do passado, presente e futuro das comunidades e da internet. Vai ser um momento histórico por aqui. Te vejo lá!
- Beatriz
PS: para falar direto comigo, use o botão “responder”, ou escreva para beatriz@bitstobrands.com
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
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