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Para entender NFTs
Muitas edições atrás eu falei sobre como newsletters, para mim, são o constante montar de um quebra-cabeças.
Começa por identificar as peças e como elas se encaixam entre si, para o resultado final ser algo não só encaixado, mas fácil de entender e que inspire uma reflexão sobre o todo, não somente sobre as partes.
Dito isso, passei horas lendo sobre a tendência de hoje na tentativa de montar uma figura completa, mas desisti. Primeiro, porque é um assunto complexo. E segundo, porque acredito que ainda seja cedo para tirar qualquer conclusão.
Então hoje quero trazer todas as peças que pude reunir para quem está interessado em entender o que são NFTs e compartilhar também as perguntas que tenho me feito em relação a elas.
O que são NFTs?
Esse guia da Binance Academy explica de maneira super didática, e a melhor síntese é uma cortesia dos colegas de newsletter da Interfaces:
Na prática, é um jeito de colecionar coisas digitais únicas que são autenticadas usando blockchain (sim, o mesmo blockchain usado para registrar as transações de Bitcoin). Um NFT, em uma comparação simples, é como se você comprasse um arquivo MP3 direto do artista e o arquivo veio com uma assinatura digital única, e você pagou milhares (ou milhões) de dinheiros por isso.
Vale destacar que qualquer mídia digital pode ser transformada em NFT - vídeos, imagens, GIFs, músicas.. inclusive, o Jack Dorsey está leiloando um tweet (que no fechamento dessa edição, estava valendo USD 2,5 milhões).
Por que todo mundo só fala disso?
NFTs existem há um tempo mas nos últimos 30 dias elas movimentaram mais de 300 milhões de dólares - com destaque para mídias atreladas à NBA (vídeos de momentos icônicos em jogos dos últimos anos, por exemplo).
Além disso, com movimentos como o Logan Paul vendendo cards dele mesmo via NFT e o Mike Shinoda vendendo um single nesse mercado, muitas análises têm surgido sobre o impacto que isso pode ter na relação (e monetização) criadores-audiência. Sobre esse ponto, vale ler:
“NFTs and a thousand true fans”, da a16z
A entrevista com Mike Shinoda sobre o que o motivou
Por que alguém compraria uma?
Por que o primeiro tweet do Jack Dorsey, que até alguns dias atrás estava existindo livre e desimpedido na internet, agora vale 2,5 milhões de dólares? Por que alguém ia querer ser dono disso?
E o mesmo vale para todas as mídias. Comprar via NFT garante a posse do item original, mas não impede que ninguém o veja, ou salve, ou utilize de qualquer forma na internet.
A comparação que circula muito é com obras de arte - você pode ver diversas imagens da Monalisa online e em livros, mas a original só tem uma, e ela pertence a alguém.
Agora, como a posse de algo que se pode ostentar (como uma das obras de arte mais importantes da história ou até algo que você pendura na sala de estar) se compara à posse de um GIF ou um tweet, cuja comprovação mora numa sequência de código numa carteira virtual?
Dois artigos trazem boas (e bem humoradas) explicações:
“NFTs, explained”, do The Verge
“What's An NFT? And Why Are People Paying Millions To Buy Them?”, da NPR
É o futuro da mídia ou mais uma bolha?
Não é possível afirmar ainda. Como tudo na internet que ganha algum hype, tem de tudo. Tem criadores usando para monetizar seu trabalho original e sua audiência de forma interessante, sim. Mas também tem bilionário fazendo piada no Twitter e gente disposta a colocar milhões de dólares “just for fun”.
E como tudo na internet, a gente nunca deve comprar a primeira versão - especialmente quando tem tanto dinheiro e recursos envolvidos.
Para trazer um contraponto importante à toda essa conversa, recomendo o artigo de Seth Godin - “NFTs são uma armadilha perigosa”.
Nem tudo que brilha é ouro e nem tudo que as pessoas estão dispostas a comprar tem valor.
Seguimos de olho.
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Momento de Inspiração
O McDonald's entregou tudo na última festa do BBB: conteúdo nas redes sociais, influenciadores, ativações inspiradas no TikTok e um ambiente todo branded - dos pijamas à decoração. O resultado foi congestionamento nos aplicativos para pedir Mc em casa e o Twitter todo falando disso.
As definições de marca icônica foram atualizadas para: duas cores e dois símbolos capazes de entregar uma experiência completa.
Forte candidata a melhor ação de marketing do ano e ao prêmio Bits to Brands, quando ele existir :)
Caixa de Perguntas
Um espaço pra opinar mais livremente, falar mais da minha experiência, o que tem por trás da Bits e, claro, como eu posso ajudar por aí. Deixe aqui neste link sua pergunta sobre construção de marca, uma tendência recente, sobre newsletter ou estratégia de conteúdo, que toda semana uma delas será respondida :)
Oi Bia, tudo bem? Fiquei curiosa para saber e entender melhor como é realizada a curadoria de conteúdo. Não sou da área e gostaria de saber como é feito, se existe um caminho pré-determinado ou se vai rolando naturalmente. Abraço!
Oi, Beatriz! Você pode compartilhar como você se mantém atualizada "das novidades tudo"? Gostaria de ficar mais ligada nas novidades e cases, mas me perco ou fico ansiosa pelo volume de links soltos. Desaprendi a garimpar informações - e a exemplo de Alexa + Wesley Safadão, vejo você fazendo isso tão, tão bem! Me conta como?
Essa não é só a pergunta que mais aparece nas caixinhas, é também um dos maiores elogios que a Bits recebe: a qualidade da curadoria.
Quem está aqui há mais tempo já sabe, mas quero reforçar a mensagem: estou transformando o meu jeito de fazer curadoria na newsletter há mais de dois anos em método - com contexto, dicas e exemplos práticos. A Masterclass de Curadoria de Conteúdo para Marcas e Criadores tá vindo aí!
Vai acontecer da seguinte forma: em duas sessões ao vivo, turma pequena e espaço para troca. Teoria, ferramentas e referências. Vai ser bem legal :)
Já que são realmente poucas vagas peço que, se você tem interesse, deixe suas informações aqui neste link para saber de tudo antes e garantir um lugar.
Os inscritos vão receber todos os detalhes nos próximos dias direto por e-mail.
(Se você se inscreveu em dezembro, obrigada pela paciência. O conteúdo está quase pronto e uma vez que estiver rolando, quero fazer tantas turmas for preciso para trocar com todo mundo que quiser <3)
O que ler/assistir/conferir
“O problema é que a vida continua”. O MM Izidoro tentou colocar em palavras a sensação de ter que seguir a vida (e o trabalho e as responsabilidades) em meio ao caos. Porque no fim, queira ou não, ela segue.
A economia da atenção, em quadrantes. Para quem gosta da intersecção entre tecnologia e estratégia, essa análise do Scott Galloway é um prato cheio. Segundo ele, as marcas que disputam espaço aqui se dividem pelo valor da atenção que demandam, e como a monetizam. O resultado é a figura abaixo, e o artigo no link:
O fim do normal. Para a Unilever, pelo menos. A marca anunciou que vai remover o termo “normal” da comunicação de todos os seus produtos de beleza e autocuidado. Só uma palavra pode parecer que não faz diferença, mas a promessa inclui também parar de editar imagens para mexer na forma, tamanho ou tom de pele das pessoas.
A crise dos millennials. Ocasionada pelo vídeo abaixo, em que uma Tiktoker mostra o seu processo de edição de um vídeo diretamente na plataforma. É um minuto que é capaz de te fazer envelhecer 30 anos, se você (assim como eu) precisa de 100 tentativas para uma selfie, e às vezes nenhuma presta. A ferramenta de criatividade e expressão que o TikTok se tornou é impressionante.
Final notes
O nosso report de tendências 2021 já passou de mil downloads. MIL em uma semana! Obrigada por serem uma comunidade sensacional. Dias depois, a Amy Webb lançou o seu esperado Tech Trends no SXSW e falou também de Economia da Assinatura. Uma feliz coincidência que me deixou muito orgulhosa :)
Caso você ainda não tenha baixado, corre aqui.
Agora que as tendências estão por aí, é hora de focar na Masterclass de Curadoria. Espero ver vários de vocês por lá!
-Beatriz
PS: para falar direto comigo, use o botão “responder”, ou escreva para beatriz@bitstobrands.com
obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
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