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Bits to Brands #122 | O futuro do fitness

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Bits to Brands #122 | O futuro do fitness

Tem uma bicicleta alugada no meio da minha sala.

Beatriz Guarezi
Apr 8, 2021
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Bits to Brands #122 | O futuro do fitness

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Tempo de leitura: 6 minutos

O futuro do fitness

Tem uma bicicleta morando na minha casa. Uma “power bike”, pra ser mais exata. Que eu aluguei, num serviço novo de aluguel de equipamentos de exercício.

Se vocĂȘ me contasse, ano passado, que em março de 2021 eu ainda estaria isolada e a minha esperança de condicionamento fĂ­sico seria depositada em uma power bike dentro de casa eu nunca ia acreditar. Mas cĂĄ estamos.

Surto quarentener? Muito provavelmente. Mas tem algo maior por trås disso também.

Uma mudança que vinha acontecendo aos poucos mas foi acelerada pela pandemia (mais uma): o futuro do fitness estå se distanciando das academias, e se fazendo cada vez mais presente nas casas das pessoas. Serå que tem volta?

A CB Insights falou que "a atividade fĂ­sica virtual se tornarĂĄ cada vez mais especializada - e personalizada - nos prĂłximos anos”. O presidente da Peloton acha que â€œĂ© menos sobre a pandemia, e mais sobre a capacidade de entregar uma experiĂȘncia melhor em casa”. E o CEO da Mindbody aposta em um futuro hĂ­brido, em que as grandes franquias vĂŁo oferecer assinaturas que contemplam exercĂ­cios em casa e na academia.

Por aqui, o fascínio pelo produto e modelo de negócios da Peloton vem de longa data. Em outubro de 2019, na nossa edição #59, escrevemos:

Se vocĂȘ nĂŁo sabe o que Ă© uma Peloton, pare o que estĂĄ fazendo para descobrir. Essa Ă© a marca queridinha do universo fitness nos Estados Unidos, com crescimento assustador, valuation altĂ­ssimo e rumo a um IPO. Tudo isso pela sua capacidade de ganhar dinheiro vendendo bicicletas ergomĂ©tricas estilosas e tambĂ©m uma assinatura mensal de vĂ­deo aulas que aparentemente viciam as pessoas.

De lå pra cå, seguimos de olho. Em 2020, a marca atingiu a marca de 1 milhão de usuårios e trouxe celebridades para dentro da sua plataforma de exercícios - com destaque para uma parceria com a Beyoncé. Recentemente, fez uma parceria com a Adidas também.

Peloton and Adidas Join Forces on Apparel
Essa Ă© uma bicicleta Peloton, com uma instrutora Peloton usando roupas da collab Peloton + Adidas. É branding que vocĂȘ quer, @?

Muito antes da gente sonhar com uma pandemia que tornaria academias lugares de altĂ­ssimo risco de contaminação, a Peloton jĂĄ apostava em um futuro em que fazer exercĂ­cios em casa era cool. Uma vez que isso se tornou o Ășnico normal possĂ­vel, todas as marcas do segmento tiveram que se adaptar.

Com base nas novidades que surgiram e nas inovaçÔes que a Peloton trouxe, imaginar o futuro do fitness passa por quatro pontos:

1. MOBILIDADE

Treinar em casa, ao ar livre, na academia, perto de casa ou em outra cidade - treinar onde quiser. A experiĂȘncia nĂŁo pode mais ficar restrita a quatro paredes em um endereço fixo, ela tem que acompanhar as pessoas onde elas estiverem, de forma fĂĄcil.

A Body Tech, por exemplo, apostou as fichas no seu aplicativo BT Fit no Ășltimo ano e viu o nĂșmero de downloads crescer impressionantes 1.100%!

2. ASSINATURA

Quem frequentava academias jĂĄ estava habituado com a lĂłgica da mensalidade e dos planos. Com “assinatura” eles ganham nĂŁo sĂł o status de subscription economy, mas tambĂ©m mais flexibilidade.

São diversos modelos: tem combinaçÔes de equipamentos físicos + aulas online, como a Peloton e a Tempo; tem assinaturas de aulas online que requerem equipamento ou não; tem assinaturas de redes de academias e até assinaturas que combinam de tudo um pouco, como o Gympass.

Mirror vs. Tempo Studio: Which Is Right for Your Home Gym? | PCMag
Tempo Fit Ă© uma startup que vende esse “armĂĄrio” que vem com pesos e um monitor, com programa de treinos para fazer em casa.

3. DADOS

Treinar em casa, com o apoio de vĂ­deos ou equipamentos conectados, aumentou a capacidade de acompanhar o prĂłprio desempenho. Seja por coisas simples, como conferir o seu histĂłrico na plataforma e ver quantos treinos jĂĄ assistiu, seja com a ajuda de wearables que acompanham diariamente calorias gastas.

Os equipamentos conectados tambĂ©m jĂĄ estĂŁo usando inteligĂȘncia artificial para monitorar os exercĂ­cios. Com tanta tecnologia e gamificação, treinar sem acompanhamento algum logo vai ser coisa do passado.

A Tempo vem com uma cñmera ensinada a monitorar os movimentos, para garantir que eles estejam sendo feitos corretamente. É um armário-personal trainer-robî-academia.

4. COMUNIDADE

Por Ășltimo, mas nĂŁo menos importante. Atividades fĂ­sicas, por mais que sejam realizadas individualmente, tem um forte elemento de socialização. Seja a motivação mĂștua, seja as conexĂ”es que surgem pelo interesse em comum por alguma modalidade.

Mas treinar em casa não significa treinar sozinho. A Peloton, por exemplo, tem uma programação que mostra quantas pessoas estão treinando juntas naquele momento.

E nĂŁo podemos esquecer as influenciadoras, que naturalmente reĂșnem comunidades em torno de si e mais recentemente dos seus "challenges”. Busque a hashtag #chloetingchallenge no TikTok e vocĂȘ vai se deparar com 580 milhĂ”es de visualizaçÔes em vĂ­deos de garotas que toparam os mesmos desafios e estĂŁo compartilhando sua trajetĂłria e resultados.

SerĂĄ que elas sentem que estĂŁo sozinhas nessa?

Com mais ou menos tecnologia, maior ou menor investimento, sozinhos ou em grupo, em casa ou na academia: seguiremos em movimento, mas talvez de forma bem diferente do que antes.

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Para saber mais sobre o tema:
- NĂŁo deixe de conferir a pĂĄgina da Apple Fitness+, que Ă© a sĂ­ntese desse novo fitness;
- Sobre a Tempo: confira matérias da FastCompany e da The Verge;
- Sobre a Peloton: esse artigo da Tech Crunch Ă© prĂ©-pandemia mas muito completo, e a Ășltima edição da publicação No Corre explicou de forma bem didĂĄtica, em portuguĂȘs.

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Momento de Inspiração

“You're not a bot. Don't date like one”. A Jose Cuervo partiu do insight de que as pessoas estĂŁo interagindo de forma cada vez mais robĂłtica quando o assunto Ă© conhecer alguĂ©m novo. E pra provar, colocou dois robĂŽs num encontro. Enquanto a vida social acontece em sua maior parte por troca de mensagens, Ă© fĂĄcil se deixar levar pelo automĂĄtico. Mas quando voltarmos a interagir pessoalmente, vai ser preciso charme, quĂ­mica e jogo de cintura - coisas que robĂŽs (por enquanto) nĂŁo tĂȘm.


Caixa de Perguntas

Um espaço pra opinar mais livremente, falar mais da minha experiĂȘncia, o que tem por trĂĄs da Bits e, claro, como eu posso ajudar por aĂ­. Deixe aqui neste link sua pergunta sobre construção de marca, uma tendĂȘncia recente, sobre newsletter ou estratĂ©gia de conteĂșdo, que toda semana uma delas serĂĄ respondida :)

oie! qual a importĂąncia da taxa de cliques para uma newsletter?

Vamos fazer uma pergunta anterior: qual o papel dos links na sua newsletter?

Por exemplo: se vocĂȘ envia uma newsletter em que todo o conteĂșdo estĂĄ no corpo do e-mail, a taxa de abertura serĂĄ mais relevante do que a taxa de cliques. Mas, se a sua newsletter Ă© pautada por recomendaçÔes de conteĂșdo em outros lugares, a taxa de cliques vai te mostrar se a sua audiĂȘncia realmente se interessa por aquilo que vocĂȘ estĂĄ recomendando.

Na Bits, eu sempre procuro acompanhar os links mais clicados de cada edição, pois eles me indicam os conteĂșdos que foram mais relevantes para vocĂȘs. AlĂ©m disso, eu procuro valorizar mais a relação cliques versus e-mails abertos do que cliques versus base total, porque ela me mostra se quem leu o e-mail achou as indicaçÔes interessantes :)


O que ler/assistir/conferir

Um Clubhouse pra chamar de seu: O Facebook quer um. O Spotify quer um. O Twitter quer um. O Slack quer um. Até o LinkedIn quer um. Conforme cada plataforma vai criando a sua sala de åudio, o Clubhouse perde o status de rede social e se torna uma feature. Serå que consegue seguir pelas próprias pernas, ou serå incorporado em breve?

Sobre esse assunto, dois tweets que sĂŁo o que vocĂȘ precisa ler:

Twitter avatar for @adrianosbr
Adriano BrandĂŁo @adrianosbr
A lĂłgica do Spotify Ă©: Clubhouse Ă© “podcast ao vivo” A lĂłgica do Twitter Ă©: Clubhouse Ă© “a timeline em ĂĄudio” Os dois estĂŁo certos, mas, na real, tĂĄ todo mundo querendo copiar um app que ninguĂ©m usa 🙄
Twitter avatar for @JuiceboxCA
Jack Appleby @JuiceboxCA
Spotify could squash Twitter Spaces + Clubhouse kinda easily. Their takeover of podcasts has been swift (expected to surpass Apple this year), & participatory audio feels like a very natural fit within Spotify, whereas it’s a whole new habit for Twitter. https://t.co/kvPvzjUZT2 https://t.co/oUc7bAcMBq
2:23 PM ∙ Mar 30, 2021
38Likes2Retweets
Twitter avatar for @ShaanVP
Shaan Puri @ShaanVP
So... everyone seems to think clubhouse is the "next big thing" - but I think it's going to fail. Here's how I think it all goes down..
11:50 PM ∙ Mar 16, 2021
17,359Likes3,485Retweets

Luz no fim do tĂșnel. Pelo menos nos EUA, onde em muito breve todos os adultos terĂŁo a oportunidade de se vacinar. O Google fez um vĂ­deo muito bonito para celebrar e incentivar a vacinação, e dar as boas vindas de volta Ă  “vida anterior”. Por aqui, seguimos sad and brazilian.


Final notes

Hoje a curadoria foi mais curta, porque a tendĂȘncia rendeu bastante imagens e links. Aqui a gente nĂŁo sĂł reĂșne o conteĂșdo, mas busca equilibrar as seçÔes. Montar newsletter Ă© arte e ciĂȘncia tambĂ©m :)

Enquanto vocĂȘ lĂȘ esse texto, eu provavelmente estarei testando a experiĂȘncia de treinar em casa. Se eu nĂŁo largar tudo para virar blogueira fitness (ha ha), a gente volta nesse assunto um dia.

-Beatriz

PS: para falar direto comigo, use o botão “responder”, ou escreva para beatriz@bitstobrands.com

obrigada por ler até o final, e não esqueça de compartilhar :)

đŸ‘©đŸ»â€đŸ’» curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteĂșdo e escritora de e-mails.

đŸ“© essa Ă© uma newsletter semanal sobre tendĂȘncias de tecnologia e comportamento para marcas. se vocĂȘ aproveitou essa edição e ainda nĂŁo assina, receba por e-mail:

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