Bits to Brands #101 | Marcas Canceladas
Por que, como e o que podemos aprender - a partir de uma pesquisa com 1000 brasileiros
Tempo de leitura: 6 minutos
A edição dessa semana chega hoje (e não às quintas), por um motivo muito especial.
Ontem foi o lançamento desse conteúdo sobre cancelamento de marcas, no evento da MindMiners, o NEXT. Em formato de palestra, conversamos longamente sobre o impacto da cultura do cancelamento em marcas e consumidores, embasado por uma pesquisa com 1000 brasileiros.
Ter a oportunidade de investigar a fundo tendências de comportamento e tecnologia, com forte impacto na estratégia de marcas, inserindo-as no nosso contexto-Brasil é viver o propósito desse projeto.
É trabalho, mas é também um presente.
Como sempre, fica a caixa de comentários para continuarmos conversando sobre esse assunto tão relevante, atual e (por que não) polêmico:
-na esperança de que o conteúdo seja útil e inspirador, Beatriz
PS: para falar direto comigo, use o botão “responder”, ou escreva para beatriz@bitstobrands.com :)
Marcas Canceladas
O verbo "cancelar" ganhou todo um novo significado depois que começou a ser usado em frases com sujeitos como influenciadores, executivos, celebridades e empresas. Desde então, ficou imensamente popular.
Em 2019, foi eleito a palavra do ano pelo dicionário australiano Macquaire. Mas o seu ápice veio mesmo em 2020, quando a pandemia elevou o nível de stress geral, de vigilância na internet e de cobrança das pessoas — com as empresas, e também umas com as outras.
Nos últimos tempos, inúmeras fontes vêm tentando não só traduzir o termo, mas ajudar a sociedade a navegar por esse altíssimo nível de intolerância. E, sim, esta é mais uma. Com duas diferenças:
Essa lista tem foco em marcas, não em pessoas. Muito tem sido dito sobre a cultura do cancelamento com foco em influenciadores e celebridades, mas esse conteúdo explora a relação de cancelamento entre consumidor e empresa.
Essa lista foi elaborada com base em uma pesquisa com 1.000 brasileiros, feita em parceria com e na plataforma da MindMiners, para entender o que as pessoas entendem por cancelamento, suas motivações e ações.
Foi possível mapear 5 principais motivações ao cancelar uma marca, apresentadas aqui como "5 tipos de cancelamento", e extrair de cada um deles um aprendizado — que juntos compõem o nosso "manual da sobreviência ao cancelamento".
Porque, como eu espero que você perceba, não existem "dicas para evitar o cancelamento" ou "escapar do cancelamento". É provável que, mais hora menos hora, o cancelamento chegue para a maioria das marcas.
Continue lendo o artigo no Medium clicando aqui, ou na imagem abaixo.
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Momento de Inspiração
Burger King sendo Burger King. Poucas marcas atualmente tem se comunicado de forma tão criativa e ao mesmo tempo consistente, que só de falar seu nome já se cria uma grande expectativa. O mais recente caso desta teve uma combinação inusitada e incrível de e-sports, Neymar, hambúrguer, redes sociais e comunidade.
Vale a pena conferir também essa lista de 10 vezes em que o Burger King virou manchete em 2020.
Caixa de Perguntas
(deixe aqui neste link sua pergunta sobre construção de marca, uma tendência recente, sobre newsletter ou estratégia de conteúdo, que toda semana uma delas será respondida)
Qual é a parte fundamental para alguém ser um bom "gerente de marca" dentro de uma empresa?
(Breve contexto: eu sempre trabalhei com branding como consultora, e assumi o desafio de ser “estrategista de uma marca só” há menos de seis meses.)
Ainda estou descobrindo! Mas coisas que eu trago dos tempos de consultoria e também do trabalho com a Bits que ajudam muito no dia a dia (e acho que podem ajudar por aí também!)
1) Repertório. Ao pensarmos ideias para a marca, é muito bom conseguir trazer referências de coisas parecidas ou inspiradoras para a mesa, e também ter um bom sensor de “acho que já vi isso antes..”. Acompanhar o mercado, segmentos totalmente diferentes, aqui, fora, ter referências de campanhas, conteúdo - nunca é demais!
2) Método. Conhecer as ferramentas e a parte teórica da construção de uma marca. Conversas sobre personalidade e arquitetura de marcas, além de outros aspectos estratégicos, são comuns - e ter método para embasá-las é essencial.
3) Conhecimento de marketing e comunicação. Parece óbvio, mas para quem vem de um lugar voltado a construção de marca na “teoria”, a prática acaba surpreendendo por ser mais feita de campanhas e lançamentos do que reposicionamentos e manuais da marca. Assim, quanto antes a gente se familiariza com o básico dos canais de comunicação e a parte criativa e técnica de campanhas digitais, melhor.
PS: Tem algum gerente de marca aqui que gostaria de complementar essa lista? Vamos trocar nos comentários! :)
O que ler/assistir/conferir
Marcas que viram comunidades. Certamente voltaremos a falar dessa que é uma das grandes tendências de marca e comunicação hoje - construir uma comunidade em torno de si. Esse artigo da Interbrand introduz muito bem o assunto.
A Alexa fez propaganda para a Anitta. Semana passada, ao dar o “bom dia” de sempre para a sua assistente, muita gente foi supreendida com a voz da Anitta invadindo a sua casa, como ação de divulgação da sua nova música. O que gerou esse debate bem interessante no Twitter:
Alexa de formato novo. Em um evento ontem, a Amazon anunciou uma série de upgrades ao dispositivo Echo, além de lançamentos como um drone doméstico (?) e um Echo feito especialmente para crianças, que lê livros infantis, responde perguntas e tem formato de bichinho. Questões sérias a serem levantas sobre privacidade e sobre a terceirização da interação com os filhos para uma inteligência artificial. Mas fofinho, né?
A carta do Frederico Trajano. Uma aula de como se posicionar frente a uma tentativa de cancelamento, e de uma marca que vem exercendo o seu papel na construção de uma sociedade mais inclusiva e diversa. Sou fã. “Não temos a pretensão de tentar corrigir mazelas históricas do país, nem de sermos vistos como modelo por outros. Mas temos a obrigação de corrigir tudo aquilo que consideramos como nossos problemas.”
Manda jobs!
(se você tem vagas abertas e quer atrair gente boa e sempre ligada em novidades, pode mandar em beatriz@bitstobrands.com)
Todas as vagas que já chegaram até aqui estão reunidas neste link - que foi atualizado essa semana com vagas para marketing, comercial e dados na Promobit.
obrigada por ler até o final! deixa um comentário me conta o que mais gostou na edição de hoje? :)
👩🏻💻 curadoria e textos por Beatriz Guarezi. estrategista de marcas, curadora de conteúdo e escritora de e-mails.
📩 essa é uma newsletter semanal sobre tendências de tecnologia e comportamento para marcas. se você aproveitou essa edição e ainda não assina, receba por e-mail:
Contribuindo com a pergunta sobre gerente de marca, atuei por 4 anos e meio nessa posição e uma habilidade que foi muito importante nesse período foi a visão de todo. Entender as realidades dos times e de que forma a marca se manifesta em cada ponto de contato é fundamental. Cada mudança gráfica, cada orientação de linguagem, cada novo argumento criado reverberam sempre em diversos canais e, principalmente, pessoas. Se a gente não entende esse todo e não conhece minimamente o que é a realidade do trabalho dessas pessoas é muito fácil projetar uma marca impraticável.
Perfeito! Gostei muito de reflexão sobre Estrategista de marcas dentro de empresas!!