Bits to Brands #1 | "Brandformance" e outros aprendizados com iFood, Nubank e AMARO
"Brandformance" e outros aprendizados com iFood, Nubank e AMARO
No mês passado, em dois eventos diferentes, tive a oportunidade de assistir palestras com profissionais do iFood, Nubank e da AMARO. Cada um a seu modo, eles me mostraram que pensamento de marca e comportamento é não só presente, mas essencial em empresas de tecnologia (vai, planeta!). Alguns highlights:
- iFood
No que ele chamou de "brandformance", o head de marketing afirmou que toda ação de growth é também uma ativação de marca, e essas coisas tem que andar juntas. O que parece básico, mas é diferencial em meio a tantas ações focadas em conversão e geração de leads, com zero personalidade, que vemos por aí.
Além disso, o iFood possui propósito e posicionamento claros. "Revolucionar o universo da alimentação para uma vida mais prática e saborosa" é o que leva eles a melhorar a experiência do usuário no aplicativo, e também incluir pequenos restaurantes no mundo digital. Como posicionamento, o iFood quer ser "o que você procura sempre que estiver com fome". E a partir disso surgiram as diversas versões da mensagem "pra qualquer fome". Tudo se conecta.
- Nubank
A gente provavelmente vai falar bastante de Nubank porque ele é referência para os dois universos - tanto em consistência e experiência de marca, quanto em tecnologia e disrupção.
Nessa palestra, o diretor de engenharia dividiu em um slide imagens "históricas" (sendo que "história" para eles é 2013), do dia em que os sócios se reuniram para criar a empresa, e dos rascunhos do que viria a ser o Nubank.
E num quadro branco, cheio de ideias rabiscadas, já estava muito claro um propósito: "to fight complexity to empower people", e uma visão: "to become the most influential financial services company in the world". Ou seja, desde sempre, o Nubank foi pensado como marca. E hoje é unicórnio. :)
- AMARO
Entre as 100 pessoas que estavam na sala ouvindo a palestra do CEO da AMARO, acho que só tinha uma certeza: enquanto os varejistas de moda no Brasil estão operando em 2018, a AMARO está em 2028.
O maior drive da AMARO é o entendimento total da experiência de compra e do comportamento das suas consumidoras. Através de machine learning e data science, eles tem categorizações, previsões e segmentações para tudo: de campanhas de e-mail marketing, às próximas peças a serem produzidas. Já que toda compra (on ou off) é feita com cadastro, eles conseguem mapear toda a sua jornada.
Parece assustador, até a hora que chega um e-mail com roupas que combinam com o seu signo. Shut up and take my money - and my data.
Não esquece de me contar o que achou dessa primeira edição :)
- Beatriz
Os melhores links da semana
- A lista das marcas que mais inspiram as pessoas pela sua missão
O "World Value Index" é o resultado de uma pesquisa, que consultou americanos sobre o quão inspirados eles são pelas missões de empresas, ONGs e movimentos sociais; e até que ponto essa inspiração os leva a consumir.
O relatório completo vale muito a pena, então deixo só um spoiler: o top 10 não tinha TOMS, nem Patagonia. Mas tinha 9 ONGs - e a Amazon. A conclusão é que "convenience matters", e escala também: facilitar de verdade a vida das pessoas vale mais do que qualquer frase bonita.
- O maior aplicativo de pagamentos dos EUA... vende café
Essa tá prontinha para ir palestras de inovação disruptiva. O aplicativo do Starbucks processa mais pagamentos por ano do que o Apple ou Google Pay. Se isso já faz parte do modelo de negócios da cafeteria, eu não posso afirmar, mas o fato é que a gente abastece um mínimo de 10 reais por vez, para pagar bebidas de 9,90. De dez em dez centavos..
(Ainda sobre o Starbucks, foi no dia 29 de maio que eles fecharam todas as lojas para um treinamento geral sobre racismo e tratamento enviesado de clientes. A prévia do conteúdo está aqui, e é muito, mas muito inspirador.)
- O GDPR entrou em vigor, e já tem gente passando vergonha
Se você recebeu um monte de e-mails nas últimas semanas de empresas atualizando suas políticas de privacidade, foi por causa do GDPR - General Data Protection Regulations. Bem basicamente, são 99 artigos deixando claros os direitos dos indivíduos, e as obrigações das organizações quando o assunto são dados pessoais. Um deles afirma que o consentimento agora tem que ser “freely given, specific, and informed by a clear affirmative action”, para que dados sejam coletados.
Por isso, várias empresas lotaram a nossa caixa de entrada pedindo por favor. Outras, já chegaram perguntando se "você aceita - sim ou com certeza?"
E por que a Internet é esse lugar maravilhoso, já temos uma coletânea dos melhores piores e-mails, o GDPR Hall of Shame.
Aqui, eu comprartilho os destaques da semana, mas no Twitter tem novas referências todo dia e no Medium reflexões em mais profundidade. O LinkedIn é para networking, se você for de networking :)
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