Bits to Brands #43 | Patinetes com limites 🚦
Patinetes com limites
Há menos de um ano a gente apresentava a Yellow, recém-chegada com suas bicicletas.
Aí veio a Grin. E os patinetes Yellow.
Aí as duas se juntaram e formaram a Grow, que já é uma das maiores startups da América Latina.
Aí choveram patinetes por cidades no Brasil inteiro. E aí vieram os transtornos.
Patinetes mal estacionados, obstruindo a passagem. Pessoas andando nas calçadas, em meio a pedestres, muitas vezes causando acidentes. Falta de respeito pelas regras de trânsito. Falta de empatia por pessoas com deficiência. Excesso de velocidade, que torna descuidos que poderiam ser tombos, acidentes graves.
E agora vem a regulamentação. Começando por São Paulo, que propôs o uso obrigatório do capacete e a proibição do tráfego em calçadas, sob pena de multa para a empresa, que depois pode repassá-la ao usuário.
Junto com ela, vem os debates.
Responsabilidade da empresa, ou da cidade? Excesso de intervenção ou não faz mais que a obrigação? Evitar que meia dúzia se acidentem em detrimento do uso por milhares de usuários, ou garantir a segurança de todos?
Como em tudo na vida, estou buscando entender a complexidade do cinza, ao invés de ficar no preto ou branco. E nessa área cinzenta entre a intervenção e a "auto regulação", acho que estamos tendo a oportunidade de acompanhar de perto a criação de uma nova dinâmica nas cidades.
Um novo jeito de se locomover, que questiona o excesso de carros, clama por mais ciclovias e áreas livres de circulação para pedestres, é mais ecológico e mais saudável. Mas ainda é muito novo.
E é no fator novidade que entra o papel da marca, responsável por comunicar, educar e se posicionar não só em prol do seu negócio, mas de um ambiente onde o seu modelo prospere porque é bom para quem anda, e bom também para quem convive.
"Vamos de Yellow" precisa significar "vamos de um jeito mais prático, mais divertido e mais rápido" e não "vamos encarar o risco de um acidente ou de machucar alguém".
E aí cabe tanto à prefeitura olhar pela cidade, quanto à marca ser pró-ativa onde lhe cabe, como por exemplo na velocidade máxima dos veículos e na educação do usuário através do aplicativo.
Mas se a pró-atividade não vem, logo virão as multas. Veremos em breve.
*Para quem quiser se aprofundar nesse assunto, recomendo o episódio 1 da temporada 3 de "Seguindo os Fatos", na Netflix, sobre as consequências do excesso de patinetes em San Francisco.
E você, é do time "deixa os patinetes em paz" ou do "um pouco de ordem não vai fazer mal"? Ou tá que nem eu, apenas observando o impacto dessas marcas na vida das pessoas, e na dinâmica das cidades? :)
- Beatriz
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Os melhores links da semana
Ops! Novamente "Why do so many presentations stink?"
O link para esse (ótimo) texto do Avinash semana passada foi quebrado. Compartilho agora via Twitter, pra garantir. Testei várias vezes. Obrigada a todos que avisaram :)
Newsletters: a nova rede social que não é nada nova
Sou suspeita pra falar, porque antes de escrever uma sempre assinei várias. Sou apaixonada por esse formato, e não vejo a hora dele ser mais valorizado pela qualidade do conteúdo e das relações que proporciona. Esse artigo do New York Times resume muito bem todo esse potencial.
A próxima era dos influencers
"It simply will stop being cool to try so damn hard". Em um mercado saturadíssimo de fake influencers e "recebidos" e "oi beninas turubom", a autenticidade está aos poucos fazendo o seu comeback (esperamos!).
Umas verdades sobre propósito de marca que valem ser revisitadas
"Ninguém quer saber do quanto você está construindo comunidades, se você não paga impostos. Ninguém quer ouvir sobre o seu comprometimento com igualdade de gênero se os seus executivos são todos homens. Ninguém quer ouvir o quanto você ama o planeta se a sua cadeia de produção é tóxica." Sem mais.
O texto que você precisa ler sobre bancos, fintechs e disrupção
Uma análise impecável no Manual do Usuário sobre o mercado de adquirência, uma vez dominado por Rede e Cielo e agora dividido por diversos players. A dinâmica entre os 'bancões' e PagSeguro e Stone é analisada de forma muito interessante, e tem até uma conexão com o recém-lançado iti. Se você tiver que escolher um só link dessa news para abrir, é esse.
Os números não mentem
Para quem curte visualização de dados e séries, para quem quer material para fazer algum ponto sobre "reviews de usuários" no futuro, ou para quem não gostou nada da finale de Game of Thrones semana passada e quer ter razão:
Um comparativo da nota dos usuários do IMDB aos episódios de algumas séries, através das temporadas.
Achei fascinante como dá pra ver direitinho os momentos de "quebra". Two and a Half Man pós-Charlie Sheen, House of Cards pós-Frank Underwood, Game of Thrones pós-sexta temporada, os momentos finais de How I Met Your Mother..
E pra ficar melhor ainda, o criador disponibilizou esse link em que você pode colocar a série que quiser no comparativo. Eu comecei por Breaking Bad.