Bits to Brands #15 |Posicionamento de marca: Nike just did it.
Posicionamento de marca: Nike just did it.
Falando bem ou falando mal, só se falou da Nike essa semana. Segue o resumo:
- Em comemoração aos 30 anos do slogan "Just Do It", a Nike lançou uma campanha estrelando um quarterback da NFL, Colin Kaepernick. Colin ficou conhecido por ter sido o primeiro a se ajoelhar durante o hino nacional, em protesto à violência contra negros no país. Ele está sem jogar por qualquer time, desde 2016.
- A frase principal da campanha é "Acredite em algo. Mesmo que isso signifique sacrificar tudo."
- A repercussão foi imediata. Tanto em apoio, quanto em protesto. Muita gente publicou fotos de produtos destruídos, e anunciou boicote permanente à marca.
A questão é muito controversa, e a Nike decidiu colocar a sua marca bem no olho desse furacão. O que num primeiro momento derrubou as ações da empresa em 4%, mas agora já mostra reversão dessa queda, e crescimento.
Mas o que vai fazer desse movimento um case de posicionamento de marca não é o seu resultado financeiro. E sim, o seu impacto emocional.
Com um rosto e algumas palavras, a Nike pegou uma frase que já era símbolo de motivação e auto desafio, e atribuiu ainda mais significado a ela. "Just Do It" deixa de ser somente "levante do sofá e vá correr" ou "saia da sua zona de conforto", para se tornar "faça o que você acha certo" e "viva conforme o que você acredita".
A Forbes colocou isso muito bem, ao dizer que "não é mais sobre sucesso em campo, mas sobre redefinir o que sucesso significa no mundo".
Com essa campanha, a Nike celebra a sua história com alguém que (like it or not), agiu conforme o que acreditava, buscando um bem maior e disposto a encarar as consequências. Ao homenageá-lo, a marca traz esse espírito para si.
Ao trazer esse espírito, ela encontra um sweet spot no difícil equilíbrio entre um propósito inspirador, que se relacione com o produto e sem falsas promessas. E essa é a grande lição dessa campanha.
Porque Just Do It é sobre coragem.
A coragem do jogador em questão. A coragem na carreira de cada atleta profissional. A coragem de correr aquele quilômetro a mais. A coragem em qualquer um que queira mudar o seu estilo de vida. Que só podia ser celebrada com uma campanha extremamente corajosa.
A frase é a mesma há 30 anos. Mas através de novas referências, se adapta aos tempos atuais e inspira um futuro em que mais pessoas tenham a coragem de se movimentar - pelo esporte, e também pelo que acreditam.
clique na imagem para ver o vídeo da campanha
Alguma dúvida de que precisamos mais disso?
- Beatriz
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Os melhores links da semana
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depois do Elon Musk aparecer fumando maconha durante uma entrevista. Será que está surtado? Até quando os investidores vão aturar a sua instabilidade? Não se sabe. O fato é que seu comportamento afeta diretamente as suas marcas. Há algumas semanas, exploramos essa relação aqui.
TripAdvisor: um dossiê
No The Guardian, uma matéria muito completa sobre o site de reviews, e como ele tem mudado a forma com que conhecemos os lugares nos últimos 20 anos. Uma das grandes questões atualmente são as fake reviews, que tem prejudicado o seu posicionamento de "reviews you can trust".
[E eu não pude deixar de lembrar desse experimento da VICE, que transformou a casa de um cara no restaurante nº 1 no TripAdvisor, documentando todo o processo. É sensacional.]
Google, but for colors
Esse buscador em que você coloca uma palavra, e ele te retorna as cores relacionadas. Frutas, oceano, cidade, outono e tecnologia foram algumas das que eu testei. Dá para perder um bom tempo brincando.
A Rappi agora é unicórnio
Mais um unicórnio na América Latina. A proposta de ser um "delivery de tudo" da Rappi tem se mostrado atrativa, a julgar pela quantidade de mochilas cor de rosa circulando por São Paulo, e agora pela aposta de investidores.
A última Blockbuster dos EUA
Em 8 minutos, o The Verge faz um tour pela única locadora funcionando, no Oregon. Eles mostram, inclusive, que a gerente compra DVDs em uma loja de departamento, já que a Blockbuster não tem mais fornecedores. É fascinante e nostálgico e triste, tudo ao mesmo tempo.
Netflix & Buzzfeed & Chill
A recomendação de conteúdo dessa semana é a série documental do Netflix em parceria com o Buzzfeed, Follow This (ou no catálogo brasileiro, Seguindo os Fatos).
São episódios curtos, de 18 minutos, que acompanham repórteres do Buzzfeed conforme eles investigam assuntos totalmente aleatórios, mas muito interessantes, bem alinhado com o DNA de ambas as plataformas.
O primeiro episódio, sobre o universo obscuro do ASMR, chega a ser bizarro em alguns momentos, mas muito fascinante. E pelo que eu venho assistindo, todos são assim.