Bits to Brands #13 | De carona com o Google
De carona com o Google
Não, esta não é uma newsletter dedicada a mobilidade urbana. Mas já que é nessa direção que as empresas de tecnologia (e, consequentemente, as mudanças de comportamento) estão indo, lá vamos nós de novo.
Ainda estávamos digerindo o lançamento da Yellow em São Paulo quando o Google anunciou que está entrando de vez no mercado da mobilidade urbana com o Waze Carpool.
O Waze Carpool é mais uma opção de ridesharing, da mesma família de Uber, 99, Cabify... Mas apesar de cumprir o mesmo papel (o deslocamento pela cidade sem precisar usar o próprio carro, a um custo mais baixo), o Waze Carpool tem alguns aspectos que o tornam bem diferente dos modelos com que estamos acostumados.
Eis o que você precisa saber para acompanhar mais essa tendência (e explicar pra todo mundo na hora do almoço):
1) São trajetos compartilhados entre passageiros e motoristas, em troca de um valor em dinheiro. Mas, ao contrário de outros modelos, motoristas só poderão dar duas caronas por dia, que custam entre 4 e 25 reais. É para dividir o trajeto com alguém e receber aquela "ajuda com a gasolina", não para virar motorista profissional.
2) Passageiros, por sua vez, não podem simplesmente chamar um carro e esperar que ele venha de longe. Para usar o serviço, é preciso baixar o aplicativo Waze Carpool e cadastrar seus dados (endereços residencial e corporativo, bem como seus horários e redes sociais). A partir disso, é possível avaliar motoristas que fazem um trajeto similar e solicitar uma carona.
3) Os motoristas também podem avaliar quem está pedindo a carona, e o aplicativo pede o máximo de detalhes justamente para garantir a segurança dos envolvidos. Ainda não testei o serviço, mas, segundo relatos no LinkedIn, o acesso às redes sociais e a informações sobre onde as pessoas trabalham ajudam a transmitir segurança. E ainda dá para fazer aquele networking.
4) O produto já surge como parte de um movimento maior do Waze, o #movethecity: por uma cidade "melhor, com menos trânsito, menos poluição, mais economia e espaço para todos". Como se os ícones de carrinhos sorridentes não fossem suficientes, essa marca acaba de ficar mais legal.
Enquanto os aplicativos de ridesharing acabaram profissionalizando motoristas e aumentando a quantidade de carros circulando (e o trânsito nos horários de pico), o Waze Carpool quer otimizar trajetos que as pessoas fazem todos os dias.
Sem nenhum carro circulando mais do que o normal, a um preço justo e promovendo novas conexões entre as pessoas. Maravilhosa essa economia compartilhada, né? Resta saber se vai funcionar como planejado..
Falou em "Carpool" eu já penso em música alta no carro e todo mundo cantando e dançando.
Eis algo que no trânsito de São Paulo não seria nada mal :)
- Beatriz
~ Faltam 21 assinantes para chegarmos aos 500! ~
Tenho certeza que um dos seus amigos, ou colegas de trabalho, ou seguidores nas redes sociais pode ser o 500º. É só compartilhar a news com eles por aqui:
Os melhores links da semana
A crise das bicicletas compartilhadas
Calma, por aqui elas mal chegaram, não teve tempo de ter crise ainda. Mas na China a história é outra.. Esse texto da Karyn Serratine, colega querida que se mudou para lá, traz fotos e relatos em primeira mão.
A Uber ainda não sabe se é um negócio viável
Essa é para você, startupeiro que quer ser "Uber de alguma coisa". Nem a Uber sabe afirmar se o seu modelo é viável ainda.. Mesmo com anos de operação, a sua capacidade de gerar cash flow suficiente sem contar com investimentos ainda é uma incógnita.
Netflix versus Amazon Prime Video
Vocês viram que a Netflix começou a testar um modelo de anúncios entre um episódio e outro? Por enquanto, só anúncios de séries da própria Netflix, maaas nunca se sabe.. Essa análise da INC mostra que essa e outras novidades são o oposto do que a Amazon Prime anda fazendo. Prato cheio pra gente, que gosta de comparar estratégias.
Hey Google, me conta uma notícia boa
Podia apagar todos os links e deixar só esse aqui, de tão melhor dos melhores da semana que ele é. O assistente virtual do Google agora tem uma curadoria de boas notícias à disposição de quem estiver precisando de um pouco de esperança na humanidade. Please come to Brazil!
#JoganoGoogle
O Google (ele mais uma vez) é uma das minhas maiores referências de marketing de produto. Tanto no online, quanto no offline, eles tem um jeito único (e muito eficiente) de traduzir os atributos de forma simples e engajadora. Com a sua feature mais recente, não foi diferente. A campanha é sensacional.
On Wednesdays we wear.. Amazon.
É muita novidade, para pouca newsletter. Semana passada teve Yellow e Bia, a inteligência artificial do Bradesco. Essa semana, Waze Carpool e mais um lançamento:
Desde a última quarta-feira, já é possível comprar roupas pela Amazon no Brasil. É muito cedo para fazermos qualquer avaliação, mas vale observar nos próximos tempos:
- No caso das marcas que também tem e-commerce próprio, aparentemente, os preços na Amazon são os mesmos dos seus sites. Só que sem a sua experiência e exclusividade. Por outro lado, há a conveniência e a confiança que a Amazon "empresta" no momento de uma compra. Mas no fim das contas, será que o trade-off é justo?
- Nos EUA, a Amazon já vende marcas próprias de roupas através do seu site, o que pode ser um próximo passo para a plataforma no Brasil.
- Lá, ela se tornou o "Google" de quem está procurando algo para comprar. A pessoa já confia, tem o seu cartão de crédito cadastrado, sabe que vai receber rápido.. Por isso, é natural "to check on Amazon" para tudo, de carregador de celular à sapatos. Ela se tornou um hábito. E é isso que a torna tão atrativa para as marcas, de moda e de tantos outros segmentos.
- Aqui, a plataforma ainda não é tão popular, e a rapidez e eficiência nas entregas são desafios. Então.. vale a pena para as lojas? E para o consumidor?
- Será que a Amazon é capaz de impactar e-commerces de moda, como impactou livrarias? E crescer conforme aumenta as suas ofertas, levando junto as marcas que estão apostando nela?
( Só mais uma coisa antes de ir )
Queria dividir com vocês que na semana passada, a análise sobre a Yellow chegou a mais de 5 mil pessoas. Entre elas, o próprio Ariel (fundador da 99, e da Yellow!) foi um dos que compartilhou o artigo.
Escrever esses textos é algo que eu faço por hobby e desenvolvimento pessoal, além de interesse genuíno nesse universo de inovação, marcas e comportamento. Essa validação foi uma grata surpresa, e me motivou muito a seguir dividindo referências e questionamentos.
Obrigada por fazerem parte disso :)